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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Fiéis celebram os beatos potiguares

Centenas de católicos participaram das missas para homenagear os mártires

 Mais do que um feriado prolongado, este último final de semana foi de celebração para fiéis católicos do estado, que homenagaram os beatos potiguares mártires de Cunhaú e Uruaçu. O ponto culminante das festividades se deu ontem com a celebração da missa no Santuário dos Mártires, no bairro de Nossa Senhora de Nazaré, zona Oeste de Natal, pela manhã, e à tarde no Monumento do Mártires, em São Gonçalo do Amarante. Para católicos e religiosos, trata-se de um momento de lembrar do compromisso com sua fé.


Missa no santuário localizado no bairro de Nazaré reuniu mais de 500 pessoas Foto:Fotos: Paulo de Sousa/DN/D.A Press
Ontem pela manhã, durante a missa no Santuário do bairro Nossa Senhora de Nazaré, mais de 500 fiéis participaram da celebração pelos mártires, dirigida pelo padre Francisco Flávio, da cidade de Canguaretama (a qual pertence a praia de Barra de Cunhaú). Entre eles estava a assistente social Mirna Sobral, 60 anos. Para ela, esse foi um momento de relembrar a fé dos mártires, que deram a sua vida por convicção naquilo em que criam. Na opinião do comerciário Magnus Augusto Câmara, 57, também é um momento de conscientização dos católicos quanto à sua fé. "Os mártires estão vivos em nossos corações", acrescenta. Para o estudante José Valdemar, a celebração também estimula a prática da própria fé, pois "nos ensinam que, mesmo diante das dificuldades, devemos colocar Deus em primeiro lugar".

O diácono José Anchieta, do Santuário dos Mártires, conta que a história dos mártires começou em 16 de julho de 1645, época em que o Rio Grande do Norte estava sob domínio holandês. Segundo o relgioso, tropas de militares holandeses, protestantes calvinistas, juntamente com índios potiguares e tapuias invadiram a capela de Nossa Senhora das Candeias, em Cunhaú, durante a missa de domingo. Ali estavam o vigário André de Soveral e outras 70 pessoas, entre homens, mulheres e crianças, que foram massacrados.

Naquele mesmo ano, conforme relata o diácono, fiés católicos de Natal decidiram se refugiar às margens do Rio Uruaçu, onde formaram um pequeno povoado, liderados pelo pároco da capital, o padreAmbrósio Francisco Ferro. No dia 3 de outubro, no entanto, a pequena vila foi invadida também por tropas holandesas, com apoio dos índios potiguares e janduís. Ali foram mortos 120 pessoas, juntamente com o padre.

Em 5 de março de 2000, a beatificação dos mártires foi oficializada pelo então papa João Paulo II, na Praça São Pedro, no Vaticano. Em 6 de dezembro de 2006, foi sancionada a lei que tranformou o dia 3 de outubro em feriado estadual. Na data em que celebra os mártires, no ano de 2009, foi inaugurado o Santuário dos Mártires, em Natal.

Para José Anchieta, o feriado é um momento de lembrar do sacrifício e do martírio cruel dos irmãos como uma forma de testemunhar a sua fé. "A morte dos nossos irmãos foi motivada pelo ódio à fé que professavam, pois eles não queriam se converter ao protestantismo nem se rebelar contra a própria pátria".

À tarde, uma romaria de fiéis saiu do Santuário dos Mártires, com ônibus fretados pelos religiosos católicos, ao Monumento erguido em Uruaçu, onde as festividades foramencerradas com a missa celebrada pelo Arcebispo Dom Matias Patrício de Macêdo. Antes disso houve um show com a banda católica Nova Aliança e, em seguida, com a cantora Maria do Rosário. Assim encerraram as comemorações que tiveram início desde 23 de setembro, na paróquia do Beato André de Soveral, em Emaús, município de Parnamirim.
 
Fonte: Diário de Natal/Paulo de Sousa

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