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terça-feira, 2 de agosto de 2011

Menos de 40% são alimentados exclusivamente com leite materno

O leite materno é apontado por especialistas como a melhor fonte de alimento para crianças com até seis meses de vida.

Pediatras defendem, inclusive, que o leite materno seja o único alimento para crianças nessa faixa etária.
Porém, a maior parte das mães não segue essas orientações e acrescenta outros tipos de alimentos na dieta de seus filhos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nessa segunda-feira (1º) que menos de 40% das crianças menores de 6 meses em todo o mundo são alimentadas exclusivamente com leite materno. No Brasil, esse índice é bem parecido, 41%, segundo o Ministério da Saúde.
Um grande problema que contribui para que a mortalidade infantil continue com altos índices no Brasil.

O pediatra do Hospital Rodolfo Fernandes, Guido Ricardo, alerta que a introdução de alimentos não lácteos na alimentação das crianças é um dos graves erros cometidos pelos pais.

Guido Ricardo explica que a inserção de papas, caldo de feijão e de leites industriais na alimentação de crianças com até seis meses é um risco. "Esse tipo de alimento pode causar anemia, desnutrição, além de doenças intestinais e alérgicas nas crianças", adverte.

O pediatra reitera que a amamentação deve ser a única forma de alimentação das crianças nos seis primeiros meses de vida. "A amamentação é como se a criança estivesse tomando vacinas o tempo todo. Através do leite materno, a criança adquire anticorpos e fica protegida de várias doenças", ressalta Guido Ricardo.

As orientações do pediatra são seguidas à risca pela agente de saúde Francisca Salvina.
Mãe de quatro filhos, o último com apenas dois meses, Francisca conta que o leite materno foi a única fonte de alimento usada na criação dos seus três primeiros filhos e continua sendo com Davi, o mais novo. "Só passo introduzir outro tipo de alimento depois do sexto mês de vida do bebê. A minha experiência com os três primeiros filhos mostrou que amamentar é realmente a melhor formar de alimentar e também proteger a criança", relata a agente de saúde.

Um dos Objetivos do Milênio ratificados pelo Brasil é reduzir em dois terços, entre 1990 e 2015, a mortalidade infantil entre menores de 5 anos. De acordo com a OMS, o aleitamento materno exclusivo é capaz de diminuir em até um quinto as mortes nessa faixa etária.
Segundo o Ministério da Saúde, amamentar é bom para o bebê e também para a mãe. "Para as mães, a amamentação contribui para a perda de peso após o parto e ajuda o útero a recuperar seu tamanho normal, reduzindo o risco de hemorragia e de anemia. O aleitamento também diminui as chances de desenvolver diabetes, câncer de mama e de ovário", ressalta o ministério.

Banco de Leite tem baixo estoque
Muitas mães querem amamentar seus filhos, mas não podem. São mães que não "têm leite" no peito após o parto. Quando isso acontece, a saída para alimentar o bebê é buscar apoio nos bancos de leite. Porém, nem sempre existe leite disponível.

O Banco de Leite de Mossoró, por exemplo, não consegue armazenar um bom estoque de leite. A irregularidade das doações faz com que o banco normalmente sofra com o baixo estoque do produto. "A quantidade de mulheres que doa varia muito. Tem meses que temos dez mães doando, outros apenas cinco. Isso provoca uma irregularidade do estoque", relata Maria Felicidade Batista, coordenadora do Banco de Leite de Mossoró.

O banco também sofre com a falta de estrutura. Muitas vezes o leite é desperdiçado porque o banco não conta com um veículo disponível para fazer a coleta do produto na casa da doadora.

Francisca Salvina doa leite uma vez ao mês, mas tem a intenção de doar mais. Não o faz, justamente, devido à dificuldade que o banco tem de recolher o produto. "Por mim, eu doava mais vezes, mas nem sempre tem carro para ir pegar o leite na minha casa", lamenta.

Felicidade reconhece o problema e explica que o banco de leite é vinculado a 2ª Unidade Regional de Saúde (2ª URSAP), não tendo um carro exclusivo para o seu uso. "A 2ª Ursap tem três veículos, mas que nem sempre estão disponíveis por conta das inúmeras viagens que eles fazem diariamente para Natal", esclarece.

Segundo Felicidade, o problema vai acabar com a criação da maternidade pública em Mossoró anunciada para outubro pelo Governo do Estado. "O banco vai passar a ser vinculado à maternidade, tendo uma estrutura bem melhor", afirma.

MAGNOS ALVES/Da Redação do Jornal de Fato.

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