No mês de fevereiro passado, o Rio Grande do Norte se juntou ao grupo de Estados que contam com mais de um telefone celular para cada habitante.
Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), no segundo mês do ano, 3.318.398 celulares estavam em operação no RN, quantidade maior que os 3.121.451 de habitantes do Estado. A média estadual é de 102 celulares para cada grupo de 100 habitantes.
Em fevereiro de 2011, outros dezesseis Estados já possuíam mais de um celular por habitante: Distrito Federal, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Goiás, Rio Grande do Sul, Rondônia, Mato Grosso, Santa Catarina, Pernambuco, Espírito Santo, Paraná, Tocantins, Amapá, Minas Gerais e Sergipe.
Na teoria, quer dizer que todo potiguar já tem celular, mas na prática essa não é realidade.
Na verdade, parte da população potiguar tem mais de um aparelho, enquanto que outra parte ainda não acessou a telefonia móvel.
As secretárias Gleidy Regina e Cledna Fernandes trabalham juntas e têm pelo menos mais uma coisa em comum: as duas têm mais de um celular.
Gleidy tem dois celulares e três chips, ou seja, é cliente de três operadoras de telefonia móvel, enquanto que Cledna, por enquanto, acessa os serviços de duas empresas e tem igual número de aparelhos.
O principal motivo que leva uma pessoa a ter mais de um celular é econômico.
Gleidy justifica que custa caro fazer ligação entre operadoras diferentes. "Fica mais caro ligar de um celular Claro para outro Oi, por exemplo", explica a secretária.
Cledna fala que tem contatos de pessoas com celulares de diferentes operadoras, o que justifica o uso de mais de um aparelho. "Quando a gente tem um celular da mesma operadora da pessoa que vamos ligar dá para usar os bônus e não gastamos créditos", destaca.
Outro motivo para não se limitar ao uso de um único celular é qualidade do sinal das operadoras.
Gleidy informa que apenas uma operadora tem sinal disponível no local onde o marido dela trabalha. "Comprei mais um chip porque os que eu já tinha não têm serviço fora de Mossoró", relata.
A teledensidade - número de celular por habitante - do Rio Grande do Norte é a segunda maior da região Nordeste, menor apenas que em Pernambuco (108,32 celulares para cada 100 habitantes).
Sergipe (101,98 celulares para cada 100 habitantes) é o outro Estado do Nordeste que já tem mais de um celular por habitante.
Mais celulares; mais problemas
A entrada de um novo celular em operação não significa apenas que mais uma pessoa está acessando as tecnologias da telefonia móvel. Representa também que novos problemas estão vindo por aí.
Desde que houve a massificação do uso do celular, não é pouco o número de reclamações dos consumidores contra as operadoras de telefonia móvel.
As empresas que prestam esse tipo de serviço estão entre as mais "lembradas" no Procon de Mossoró e de todo o Brasil. O acúmulo de problemas levou a Justiça a proibir a operadora Tim de colocar novas linhas em operação no Rio Grande do Norte durante o período de 30 dias.
O castigo não surtiu efeito, pois os serviços da Tim continuam ruins como sempre. É o que relata Cledna Fernandes, já adiantando que "a Tim lhe deixa sempre muito chateada".
Cledna conta que as ligações da Tim sempre ficam cortando, impedindo que a conversa ao celular flua, e que é preciso ligar três, quatro vezes para completar a chamada.
Ela também criticou a Oi, que lhe cobrou por um serviço que ela nem conhecia. "Fizeram meu cadastro num serviço que eu não solicitei e ainda deram o maior trabalho para fazer o cancelamento", reclama.
Fonte: Jornal de Fato/MAGNOS ALVES
Da Redação
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