Com a pouca participação da iniciativa privada no setor, a pesquisa científica é realizada basicamente nas instituições de ensino – principalmente as federais. Este será um dos assuntos discutidos na próxima edição do projeto Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte – uma realização da TRIBUNA DO NORTE, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Fiern, Fecomércio/RN, RG Salamanca Capital e Governo do Estado, com patrocínio da Petrobras, Assembleia Legislativa e Cosern. O evento está em seu quarto ano de realização e para esta 9ª edição o tema escolhido foi Inovação e Tecnologia. O seminário será realizado no próximo dia 11 de abril, no auditório da reitoria da UFRN, a partir das 8h. As inscrições podem ser feitas gratuitamente pelos telefones 4006.6120 e 4006.6121 – as vagas são limitadas.
alex régis
O IFRN tem hoje 70 grupos desenvolvendo pesquisas. O laboratório de mineração é um dos mais movimentados da Instituição
No Rio Grande do Norte, além da UFRN também se destaca o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFRN). A instituição está presente hoje em dez municípios e mais três campi estão em fase de conclusão – em Parnamirim, Nova Cruz e São Gonçalo do Amarante. Todos desenvolvem trabalhos de pesquisa. Segundo o pró-reitor de Pesquisa e Inovação do IFRN, José Yvan Pereira Leite, são 70 grupos de estudos nas mais diversas áreas. “Se formos comparar o número de projetos em desenvolvimento no interior já é maior do que os da capital. E isso é importante porque significa uma transferência de conhecimento para regiões que mais precisam. É altamente benéfico para o desenvolvimento do Estado como um todo”, diz.
Uma das preocupações do IFRN segundo o pró-reitor é propor projetos que estejam ligadas à realidade socioeconômica das regiões em que esses campi estão inseridos. Qualidade de água, tratamento de esgoto, mineração, petróleo, recursos pesqueiros, agroecologia, biodiesel, cerâmica, processamento de alimentos, eletrônica, qualidade de produtos da construção civil, cooperativismo, eletrônica e difusão científica são algumas das áreas contempladas com pesquisas no IFRN. Para se ter uma ideia da dimensão de estudantes envolvidos nesses trabalhos, hoje o Instituto oferece cerca de mil bolsas nos Programas de Iniciação Científica, realizados em parcerias com o CNPq, Petrobrás, CAPES, Fapern e Fundação de Apoio do IFRN (Funcern).
A relevância econômica e social das pesquisas desenvolvidos pela instituição também não pode ser esquecida. Um bom exemplo é o projeto que está sendo implantado em Ipanguaçu. O campus instalado na cidade está desenvolvendo estudos voltados para a área de agroecologia e tem um trabalho focado na reutilização de resíduos de carnaúba como combustível orgânico a ser utilizado nos fornos das cerâmicas da região. “A queima da lenha é um dos grandes problemas do bioma da Caatinga. Além de deteriorar o meio ambiente ainda polui. Com a utilização dos resíduos da carnaúba temos um avanço nos dois sentidos”, explica José Yvan. E o combustível natural também pode ser usado em fornos de padaria, pizzarias e caldeiras. O valor do investimento chega a R$ 3 milhões e foi captado no programa Petrobras Ambiental.
“A ideia fundamental de um projeto dessa natureza é melhorar a qualidade de vida das pessoas que estão envolvidas. Desde o agricultor que produz a matéria-prima e o resíduo que ele é dali extraído, até o final da cadeia que é quem compra as telhas sabendo que não houve prejuízo ao meio ambiente”, afirma o pró-reitor.
A Petrobras é uma das principais parceiras do IFRN. Além dela, as pesquisas da instituição estão associadas às ações com outros parceiros como Fundação de Apoio à Pesquisa no Rio Grande do Norte (Fapern), Governo do Estado, Funasa, Agência Nacional de Petróleo (ANP), Ministério da Educação, Ministério da Ciência e Tecnologia / FINEP, CNPq, Banco do Nordeste, Sebrae, entre outras.
Incubadoras promovem empreendedorismo
Como forma de promover a inovação tecnológica, o IFRN criou, em 1998, o programa de empreendedorismo inovador que tem como objetivo disponibilizar ambiente para a criação de empresas de prestação de serviços, produtos ou processos inovadores, como forma de promover a geração de postos de trabalho e renda, contribuindo para o desenvolvimento do RN.
O programa funciona através de hotéis de projetos tecnológicos (pré-incubação) até o nascimento e o acompanhamento da empresa na incubadora. O foco da ação é a atuação direta com estudantes e professores dos cursos técnicos, de educação superior e de pós-graduação, através de projetos inovadores de pesquisa e extensão voltados para formação de uma cultura de empreendedorismo e atendimento à comunidade. Associado a esse ambiente está em processo de implantação o Escritório de Patentes e de Proteção à Propriedade Intelectual.
No ano passado, o Instituto, começou a implantar mais incubadoras em seus campi, sempre associadas ao seu foco tecnológico e tendo como parceiro o Sebrae/RN. Atualmente está consolidada a incubadora do campus Natal-Central que atende a doze empresas incubadas e mais oito empresas associadas. Outras duas incubadoras estão em processo de implantação para atender empresas da cadeia de petróleo e gás natural no Campus de Mossoró e para apoiar empreendimentos no Campus de Currais Novos em melhoramento genético visando apoiar os produtores de leite.
Pesquisa no IFRN - Estão em andamento 70 grupos de pesquisa distribuídos nos seguintes campi
Campus Natal- Central
Educação
Indústria
Construção Civil
Recursos Naturais
Informática
Núcleo Avançado da Cidade Alta
Cultura
Turismo
Lazer
Núcleo Avançado de Nova Cruz
Serviços
Campus Apodi
Agroindústria
Núcleo Avançado de Parnamirim
Manutenção de Aeronaves
Hospitalidade
Campus Macau
Recursos Pesqueiros
Química
Campus Caicó
Indústria
Tecnologia Têxtil
Campus Currais Novos
Mineração
Alimentos
Campus Ipanguaçu
Agroecologia
Campus João Câmara
Agronegócio
Campus Natal-Zona Norte
Eletrônica
Gestão e Negócios
Campus Mossoró
Indústria
Construção Civil
Petróleo e Gás
Campus Pau dos Ferros
Informática
Serviços
Campus Santa Cruz
Mecânica
Serviços
O IFRN tem no quadro de servidores
720 docentes
102 são doutores
354 são mestres
Fonte: Tribuna do Norte
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