O novo problema detectado em um dos vãos da ponte Felipe Guerra deve servir de alerta para a população e autoridades estaduais e nacionais, principalmente depois das declarações do meteorologista da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), Gilmar Bristot, de que as previsões indicam a ocorrência de chuvas acima da média, podendo ocasionar enchentes em regiões como o Vale do Açu e Vale do Apodi.
Em entrevista ao jornal Tribuna do Norte, do último domingo, 21, Bristot alertou que esse é o momento das autoridades agirem. "É uma informação importante para os gestores tentarem diminuir os efeitos negativos nessas duas áreas críticas". De acordo com ele, essas duas regiões são as mais susceptíveis a enchentes. "Nesses dois locais, com chuvas entre normal e acima do normal, poderá haver problemas de inundações, como já foi verificado. Isso acontece principalmente por problemas ambientais, como a ocupação do solo, remoção de matas ciliares e assoreamento de rios, como também pela característica desses dois vales. São duas bacias com embasamento cristalino, o que potencia o escoamento da água e não a infiltração", complementa Gilmar Bristot.
Embora as informações da Emparn sejam apenas previsões, é preciso estar alerta para a densidade das chuvas que podem repetir as enchentes de 2008, quando o fluxo do rio Piranhas/Açu quase alcança o vão da ponte. Isso provocou estragos graves, tanto que o Governo Federal ordenou a recuperação das fundações da estrutura com dispensa de licitação.
Resolvido o primeiro problema, é hora de atacar os outros, começando pela recuperação das vigas longarinas, antes de chegarem as chuvas. No ano de 1974, a força da água do rio Açu provocou o maior estrago já registrado na história dessa construção, que data do ano de 1952. A correnteza fez a ponte ceder em um dos vãos, provocando pandemônio em todo o Vale.
O Dnit não anunciou nenhum alerta público, nem cogitou a necessidade de interdição da ponte, mas, tendo em vista as avarias atuais, a agilidade na ação é imprescindível.
Além dos problemas das chuvas que se aproximam, é importante recobrar que, como a ponte Felipe Guerra está na BR-304, principal artéria que liga o Oeste do Rio Grande do Norte com a região central e metropolitana, o fluxo de veículos, sobretudo caminhões com cargas diversas, é intenso. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, diariamente mais de 3.400 veículos, de todos os portes, atravessam a estrutura.
DEFESA CIVIL
A Comissão de Defesa Civil de Assú já tomou conhecimento do problema detectado na ponte e da iminência de chuva anunciada pela Emparn, mas segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, até o momento não houve nenhuma mobilização visando uma ação a respeito.
Fonte: Jornal de Fato
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