Pode parecer conversa de preguiçoso, mas um estudo publicado pelo jornal “European Heart” informou que trabalhar demais aumenta em até 60% o risco de problemas cardíacos. Segundo o estudo, basta exceder três horas em relação às 8 horas diárias de trabalho para estar exposto de forma mais contundente a esses riscos. Durante a pesquisa, 6.014 trabalhadores com idade entre 39 e 61 e sem problemas cardíacos foram acompanhados durante 11 anos.
Durante o período de acompanhamento, 369 voluntários morreram de problemas cardíacos ou tiveram um acidente cardíaco não fatal ou uma angina de peito. Mas o cardiologista Camilo de Paiva alerta: "o que pode levar ao risco de doenças cardíacas não é o trabalho em si, mas o estresse e as preocupações que ele pode causar. Se o trabalho fosse um risco para a doença, estaríamos perdidos, pois toda a população tem que trabalhar", diz o especialista.
Segundo ele, a correria, pressão e o estresse a que somos submetidos no ambiente de trabalho podem desencadear o aumentos da pressão arterial e outros fatores que contribuem para o surgimento de doenças cardíacas. "Um exemplo somos nós, médicos que trabalhamos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Aqui o nível de estresse é muito grande, e as preocupações também. E se a pessoa tiver predisposição, como hipertensos na família ou obesidade, o risco é ainda maior", destaca o médico.
Outros pontos que podem contribuir para levar os trabalhadores a sofrerem de problemas do coração é a falta de cuidado com a saúde em geral. A alimentação inadequada, também decorrente da correria diária, concorre contra o trabalhador. "É importante ter uma alimentação mais saudável e fazer exercícios físicos regularmente. Além disso, controlar as taxas, como colesterol, e evitar o excesso de peso, além do cigarro, que aumenta a tendência para problemas do coração. O ideal é parar de fumar, seguir essas indicações e tentar diminuir o estresse no trabalho, tendo uma boa convivência no ambiente", indica Camilo.
Depois de controlar tudo isso, vale a pena visitar um cardiologista periodicamente e realizar exames sanguíneos para saber como anda a saúde. "Quem não possui problemas cardíacos deve realizar exames anualmente. Mas, no caso de pessoas hipertensas, o ideal é visitar o cardiologista a cada três meses e realizar exames a cada seis meses. Mas isso vai depender de cada doença, pois para algumas, esse tempo deve ser encurtado", sugere o cardiologista.
Os hipertensos e pessoas que têm mais riscos de desenvolver o problema jamais podem esquecer disso. "Quando eles conseguem controlar as taxas, pensam que estão curados. Mas isso não pode acontecer, pois uma pessoa é hipertensa para o resto da visa. Tem que continuar controlando as taxas e evitando o estresse, sempre", garante o médico Camilo de Paiva.
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