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quarta-feira, 18 de abril de 2012

PT de Mossoró ‘engrossa o cangote’ e mantém pré-candidatura a prefeito

Edilson Damasceno
Da Redação/Jornal de Fato

FOTO:  MARCELO BENTO
FOTO: MARCELO BENTO
De aliados no plano nacional a adversários no municipal. Assim é o quadro vivenciado pelo PT e PSB. As duas legendas, que tinham tudo para ser a representação política da oposição em Mossoró, não chegaram a um consenso. Nem mesmo diante da ameaça de intervenção dita por Paulo Frateschi, secretário do PT nacional, no encontro com a representação do diretório estadual e o de Mossoró, serviu para amenizar o tom. Ele lembrou o que ocorreu no Maranhão, onde a executiva nacional precisou intervir para fazer que petistas e peemedebistas tivessem convivência amigável. No caso de Mossoró, terra acostumada a lidar com as liberdades - inclusive a política -, talvez as palavras de Frateschi não tenham surtido efeito. Tanto que ontem, um dia depois de ouvir do secretário geral de que o PT teria interesse na aliança com o PSB, o comando local petista convocou a imprensa para reafirmar que a pré-candidatura do reitor da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA) à Prefeitura de Mossoró, professor Josivan Barbosa de Menezes, está mantida.
Josivan Barbosa afirmou que o plano para forçar o PT mossoroense a apoiar a candidatura da deputada estadual Larissa Rosado (PSB) partiu da deputada federal Sandra Rosado. Segundo ele, Frateschi teria dito que o pedido feito ao PT nacional saiu da liderança do PSB na Câmara Federal, função hoje ocupada por Sandra Rosado. "O pedido para que o PT de Mossoró apoie o PSB é da deputada Sandra Rosado. Um pedido ao PSB nacional, para que o PSB possa fazer essa negociação."
Apesar da intervenção feita no Maranhão pelo PT nacional, o pré-candidato petista disse que a palavra (intervenção) não faz parte do vocabulário da legenda. "O PT não trabalha com esse terno 'interferência'. Temos que entender as instâncias do partido", disse.
Os petistas que participaram da reunião com Paulo Frateschi, além de não abrirem mão da candidatura própria à Prefeitura de Mossoró, cientificaram o secretário da executiva nacional petista que, se houver intervenção, o diretório municipal cruzará os braços à aliança com o PSB e fará campanha em prol do voto nulo.
Diante das afirmações de Josivan, o repórter entrou em contato com a deputada federal Sandra Rosado. Ela negou que tenha feito o pedido ao PT nacional e disse que não teve a "alegria de ver Lula. "Acho que é desinformação, pois o assunto está sendo tratado pelas lideranças nacionais. Ligue para Lula e para Eduardo Campos", disse. Ao ouvir do repórter que se ela, que é deputada federal e líder do PSB, tinha dificuldades em conversar com o ex-presidente e que um jornalista iria ter dificuldade bem maior, a parlamentar mudou o tom e disse: "Lula e Eduardo Campos interpretam que os partidos não são municipais. Não fiz nenhum pedido", afirmou.
Para a líder do PSB, o objetivo de Lula e Eduardo Campos é comum: vencer o DEM. "Nossa luta é essa, de fazer o Brasil crescer. Penso na política que contemple a população e em projetos que dão vez às pessoas. Para essa sua pergunta não tenho resposta. Quem tem é Eduardo Campos e Lula."
Perguntada se a questão fosse inversa, do PT querendo apoio do PSB, Sandra Rosado disse que não teria problema. "Com certeza aceitaríamos. Isso se o PT estivesse na condição em que Larissa está. Já apoiei o PT. Votei em Lula. Eles nunca estiveram na boa situação de Larissa", afirmou. Sandra Rosado disse ainda que "sacrifícios" foram feitos em outros Estados.

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