Dados do Tesouro Nacional revelam que o governo ultrapassou o limite prudencial de 46,55% da receita
O Rio Grande do Norte é o Estado brasileiro que mais gasta com pagamento de pessoal. De acordo com dados do Tesouro Nacional, o governo destinou, em 2011, 48,15% da sua arrecadação, que corresponde ao valor de R$ 5,9 milhões, para essa finalidade. O percentual é preocupante. O Estado se encontra na iminência de descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Como o valor ultrapassa o limite prudencial de 46,55% da receita, o governo está impedido de conceder reajustes e criar novos cargos.
Para atender os planos de cargos, carreira e salários dos servidores estaduais, a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) terá que diminuir a estrutura de comissionados. Caso contrário, a relação do governo com os servidores tende a ficar mais tensa. Neste ano de 2012, a gestora deverá enfrentar novos problemas para não ultrapassar os 49%, percentual máximo de gasto com pessoal permitido pela LRF. Caso ultrapasse esse limite, o governo será obrigado a cortar gratificações e até demitir servidores.
Apesar de estar acima do limite prudencial, a governadora enfrenta, desde que assumiu o Executivo, cobranças das categorias de servidores estaduais. Na negociação para implantação dos planos de cargos, carreira e salários, o governo anunciou que aguarda um cenário financeiro favorável. Os planos foram aprovados em 2010, por unanimidade, na Assembleia Legislativa (AL). O governo alega dificuldade orçamentária e a impossibilidade jurídica de atender os pleitos dos servidores. Por enquanto, o Executivo tem levado o problema a banho-maria.
Enquanto o governo do RN enfrenta esse paradoxo, outros governadores, que se encontram em situação menos complicada do que a de Rosalba Ciarlini, já começaram a tomar medidas para evitar o descumprimento da LRF, de acordo com a Folha de São Paulo. Em reportagem publicada ontem, o jornal paulista destacou que Marcelo Déda (PT), chefe do Executivo de Sergipe, avisou a seu secretariado que será necessária neste ano uma economia equivalente a quase um quinto das receitas para não descumprir a Lei. Sergipe gastou, no ano passado, 46,9% da receita com pessoal.
Diário de Natal
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