A expectativa é 90 dias para iniciar as obras de desobstrução do rio Pataxó, que inunda a cidade de Ipanguaçu. A obra está orçada em R$ 7,3 milhões e será tocada pelo Governo do Estado com recursos federais.
Se por um lado os mais de 13 mil moradores de Ipanguaçu comemoraram o município estar recebendo os recursos necessários para reduzir as inundações, por outro existe uma preocupação cada vez mais forte com relação à estrutura do açude de Pataxó.
As comportas do Açude Pataxó estão quebradas há décadas. "O Açude Pataxó é de responsabilidade do Governo do Estado, que desde 1964 não realiza qualquer manutenção no reservatório", diz Luis Alberto, coordenador da Defesa Civil do município.
Os danos sofridos nos invernos de 2004, 2008, 2009 e também em 2011 poderiam ter sido menores se as comportas estivessem funcionando. O vice-governador Robinson Faria esteve em Ipanguaçu no mês de maio e este problema foi levado a ele, que ficou de ver uma solução. "Até agora não tivemos retorno", diz Luiz Alberto da Silva.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil, a parede do açude tem formigueiros e principalmente muitas árvores já grandes. O prefeito Leonardo Oliveira confirma que a estrutura recebeu uma manutenção, mas é mínima. Ele observa a necessidade de investir no reforço da parede e principalmente na recuperação das comportas.
Sobre as comportas, o temor se justifica, uma vez que, atualmente, qualquer período de chuvas regulares faz transbordar o Açude Pataxó, que deságua no rio de mesmo nome. Uma lâmina d'água de apenas 35 centímetros de sangria é suficiente para que a água se aproxime do Centro da cidade, atingindo diversos bairros e desabrigando dezenas de pessoas. As comportas em funcionamento poderiam ser utilizadas para baixar aos poucos o volume do açude, retardando o momento da sangria.
De acordo com Luís Alberto, até a manutenção da parede do açude tem sido realizada pelo poder público municipal. "Neste primeiro semestre a prefeitura investiu, com recursos próprios em vistorias no açude e fez o reforço da parede. Mas as comportas demandam um investimento que está além dos recursos do tesouro municipal", afirma.
Fonte: Jornal de Fato de Domingo 07.08.2011
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