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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Sem acordo, categorias permanecem em greve

Em ofício, governo admitiu impossibilidade de atender as pautas de policiais, professores e servidores da Tributação
As quatro categorias de servidores estaduais que estão com as atividades paradas não receberam uma boa notícia na tarde de ontem. O governo do estado, por meio de um ofício enviado à Assembleia Legislativa, informou que não tem condições de atender às reivindicações dos policiais civis - que estão em greve há 50 dias -, professores - mais de dois meses parados -, Uern e técnicos da Secretaria de Tributação. A justificativa descrita no ofício, assinado pelo chefe da Casa Civil, Paulo de Tarso Fernandes, e pelo secretário de Administração, Anselmo Carvalho, é de que o estado ultrapassou o limite total da despesa com pessoal, concedido ao Poder Executivo. Diante de tal posicionamento, os grevistas afirmaram que a paralisação continua por tempo indeterminado.

Com as atividades paralisadas há 50 dias, Polícia Civil fez mais uma passeata ontem pelas ruas do centro da cidade Foto: Eduardo Maia/DN/D.A Press
No documento enviado à Casa Legislativa, o governo informou que o relatório de gestão, divulgado em maio e apresentado em audiência pública no plenário da Assembleia, mostra a situação de dificuldade enfrentadapela atual gestão. O documento diz que o governo está disposto a cumprir, plenamente, os Planos de Cargos que foram aprovados nos últimos anos, "observando rigorosamente todas as disposições e condições para a implementação", diz o ofício. O presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Ricardo Motta lamentou o posicionamento do governo, mas reconheceu que a realidade vivida pelo estado é de dificuldades. Através da assessoria de imprensa, o parlamentar disse que não era essa a resposta que gostaria de ouvir do governo, depois de tantas rodadas de negociação.

Insatisfeitos com a posição do Executivo estadual, os policiais civis saíram em passeata na tarde de ontem, partindo da sede do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol/RN), na Avenida Rio Branco até o Centro Administrativo. A ideia dos representantes da categoria é sensibilizar a população para que apoiem o movimento grevista e entendam a razão da paralisação. "O governo descumpriu o acordo que foi feito com a Assembleia Legislativa, de implantar o Plano de Cargos e Salários da categoria, e por isso vamos protestar. Nossas negociações estão paradas e desde o dia primeiro de junho não nos reunimos com o governo", disse o vice-presidente do Sinpol, Djair Oliveira.

Docentes

Além dos policiais, os professores da rede estadual de ensino continuam em greve. Neste caso, há uma particularidade, tendo em vista que o governo do estado encaminhou ao Tribunal de Justiça um pedido de ilegalidade do movimento dos professores. O processo, de número 2011008049-7, foi distribuído para o Desembargador Virgílio Macedo que ordenou que o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte/RN) se pronunciasse a respeito da ação no prazo de 48 horas. Na tarde de ontem, a diretoria da entidade encaminhou sua defesa ao Tribunal e espera que o juiz transforme sua decisão numa nova rodada de negociações.

Sobre as declarações contidas no ofício enviado à Assembleia Legislativa, o vice-presidente do Sinte, José Teixeira, não concordou com os argumentos do governo. "No balanço apresentado pelo governo, em maio deste ano, consta que o estado tinha um saldo financeiro de R$ 410 milhões. Além disso, o governo informou que teve a maior arrecadação no mês e maio. Entendemos que com o crescimento de receita o governo está muito abaixo do limite prudencial e tem condições de negociar, mas não quer". 

Fonte: Diário de Natal/Jussara Correia

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