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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Campanha contra doença de Chaga já acontece nas comunidades rurais de Ipanguaçu


Ontem (24) a Secretaria Municipal de Saúde recebeu a visita do técnico da 2ª Unidade Regional de Saúde Pública (URSAP), Roberto Paiva, que veio ao município para auxiliar e tirar todas as duvidas dos agentes de endemias que estão envolvidos na campanha.

 A coordenadora dos agentes no município, Zélia Novo, conta da importância da participação do técnico no município, da à oportunidade de tirar todas às duvidas técnicas de como deve ser feito o procedimento de detecção do barbeiro, e depois de encontrado o que deve ser feito.


A doença infecciosa parasitária crônica e generalizada, transmitida ao homem por um protozoário que é encontrado nas fezes do barbeiro. No Brasil a doença se encontra mais concentrada na zona rural, principalmente em casas construídas com barro ou cobertas de palhas, quanto mais ocorre precariedade das habitações maior a incidência de adquirir a doença.

Segundo o técnico da 2ª URSAP, Roberto Paiva, a transmissão se da pelas fezes do barbeiro. Depois que pica e suga o sangue humano, o barbeiro contamina o local da picada com suas dejeções, as fezes contaminadas pelos protozoários penetram no organismo pelo local da picada, principalmente quando o indivíduo coça o local por causa da irritação, ocasionando uma porta de entrada para o protozoário.

Os agentes de endemias fizeram uma vista na comunidade de Angélica, acompanhado da coordenadora, Zélia Novo, e o técnico Roberto Paiva, durante a visita foi detectado o besouro em umas das residências. “O besouro passará por uma análise, e na residência que foi encontrado toda a família passará por pré-exames para se constatar se houve ou não a contaminação da doença de chagas” conclui Zélia.       

Até o fim de 2010 as comunidades de Angélica e Arapuá serão as primeiras a serem investidas. Em janeiro de 2011 a campanha segue por todas as comunidades.  


Transmissão
Infecciosa e parasitária, a doença de Chagas é causada pelo protozoário Trypanossoma cruzi e transmitida por triatomíneos – o bicho barbeiro. Esta é a transmissão vetorial da doença, porém, há outras formas de transmissão da doença - transfusional e transplacentária (congênita).

A transmissão oral da doença de Chagas ao ser humano é hoje uma importante via causadora de morbidade. Ela se dá pelo consumo de alimentos contaminados com o parasito, principalmente a partir de triatomíneos e ou de suas dejeções. Esse tipo de transmissão também pode ocorrer devido a ingestão de carne de caça - crua ou mal cozida - ou de alimentos contaminados por urina ou secreção anal de marsupiais infectados.

Na transmissão vetorial, a doença geralmente evolui de forma aguda ou crônica. A partir da contaminação pelo Trypanossoma cruzi, instala-se a fase aguda, geralmente acompanhada de febre, com duração média de 4 a 8 semanas. A doença pode passar praticamente despercebida - com sintomas leves - ou apresentar alterações no coração, fígado, baço e sistema nervoso. Esta fase é mais grave que, se não for tratada, em crianças de baixa idade e pessoas imunodeprimidas pode levar a morte.

Aos poucos a febre declina e desaparecem os demais sintomas. É o início da fase crônica, assintomática, que pode durar décadas e permanecer até a morte, sem que as alterações sejam perceptíveis, em avaliações clínicas - exame físico, eletrocardiograma e RX – do infectado.

Entre 20 e 30% dos chagásicos desenvolvem alterações cardíacas e de 10 a 15%, no esôfago e/ou intestino grosso. E há pacientes que evoluem para a forma cardiodigestiva. No coração, a infecção crônica provoca principalmente desordens cardíacas e insuficiência progressiva da função circulatória. Essa é a forma mais grave da doença e a que leva à morte inúmeros casos. O infectado incha, tem falta de ar e canseira aos menores esforços, sente palpitações e perda de consciência.

Quando acomete o esôfago ocorrem dilatação e desordens motoras no órgão, ocasionando grande dificuldade à deglutição - “mal de engasgo” ou “embuchamento”. No intestino, que também se dilata, ocorre uma progressiva prisão de ventre, que pode chegar a uma semana ou mais.

Diagnóstico

Na fase aguda, o diagnóstico se dá através da detecção do parasito no sangue periférico e na fase crônica, pesquisa-se os anticorpos circulantes através de técnicas sorológicas.

Há dois tipos de tratamento, o contra o parasito e aquele usado para combater as manifestações da doença. Ambos devem ser realizados sob supervisão médica. As poucas drogas disponíveis apresentam boa atuação contra o Trypanossoma cruzi somente na fase aguda. Elas obtêm sucesso no tratamento de congênitos e aqueles com infecção recente; em casos de reativação da infecção chagásica – em soropositivos para AIDS e imunodeprimidos -; em transplantes com doador infectado, quando um tratamento após a cirurgia tem boa ação preventiva; e em indivíduos crônicos na forma indeterminada, pode proporcionar benefícios, minimizando a evolução tardia da doença, mesmo sem a obtenção de cura parasitologia completa. Neste caso, cabe ao médico decidir sobre a indicação ou não do tratamento, em caráter individual.

O tratamento sintomático é variável e depende da forma e das manifestações da doença. O importante é oferecer aos chagásicos, acesso a médicos com competência mínima para avaliá-los criteriosamente e tratá-los, ou encaminhá-los, de forma adequada aos ambulatórios de referência em doença de Chagas existentes no Estado. 

Um comentário:

Ministério disse...

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