i

domingo, 15 de agosto de 2010

ZPE interliga o Vale a Transnordestina

Quando o presidente Lula assinou o projeto de criação da Zona de Processamento e Exportação (ZPE do Sertão, com sede em Assu), deu início ao processo de interligação do Rio Grande do Norte ao corredor de desenvolvimento econômico e social do Nordeste, proporcionado pela Transnordestina. Com a ZPE do Sertão, o RN ganha um mecanismo de desenvolvimento de alcance maior do que os mais importantes investimentos do governo Lula no RN nos últimos sete: ampliação da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFRN).
Até agora, o que foi divulgado na imprensa estadual e nacional não dá uma dimensão nem aproximada do que seja uma ZPE. No caso da ZPE do Sertão, então, o quadro é ainda pior. O JORNAL DE FATO faz uma radiografia do que pode ser este mecanismo de processamento e exportação idealizado pelo ex-prefeito Ronaldo Soares e levado a cabo pelo inglês Brian Edwin Tipler, presidente da empresa Equator Group, auxiliado pelo empreendedor do Vale do Açu Nuilson Pinto de Medeiros.
O primeiro contato do DE FATO com os responsáveis pelo projeto foi numa salinha no antigo prédio da Prefeitura Municipal de Assu, com um computador, mesa de escritório e armário. Brian e Nuilson foram contratados pelo prefeito Ivan Júnior para implantar a ZPE do Sertão em Assu. Tipler e Medeiros receberam a reportagem.
Antes da entrevista, Tipler fez uma citação que ele segue a risca: "A pior decisão que possa ser tomada é a de escolher a localização para uma nova indústria tendo como base incentivos (fiscais), se outros fatores não se somam aos critérios do projeto", Business Week, de novembro 2009.
Para saber o que os investidores pleiteiam numa região para investir, "é preciso ter a plena consciência que eles têm sangue de barata. A eles, só interessa o lucro", diz Tipler e Nuilson. A ZPE do Sertão, diferentemente das outras 17 unidades existente no País, inclusive quatro já com a estrutura pronta - como, por exemplo: ZPE de Teófilo Otoni, em Minas Gerais - não funcionam, reúne o que os investidores querem: energia, logística, comunicação e proximidade com a matéria-prima.
Tipler explicou que incentivos são bem-vindos, mas existem outros fatores mais importantes para atrair investidores, como a garantia de energia, segurança, logística por um período mínimo de 20 anos de acesso a matéria-prima e de exportação do produto já industrializado. Enfim, é crucial um ambiente com leis claras e objetivas, o que praticamente não existe no Brasil.
Dentro de uma ZPE, as leis são claras e objetivas. No caso, a ZPE do Sertão também está dotada dos demais pré-requisitos. É a única que atende a todos os pré-requisitos.
E quanto vai custar? "R$ 1 bilhão", responde de imediato Tipler. Quanto deste valor virá dos cofres públicos? "Zero", responde o inglês, que é de fato rigoroso com seus projetos. Todos os recursos virão da iniciativa privada. Depois que a ZPE foi oficialmente criada pelo presidente Lula, o prefeito Ivan Lopes Júnior, de Assu, iniciou o processo, de alcance nacional, para escolher o grupo de investidores que vão construir e administrar a estrutura ZPE do Sertão.
O projeto prevê investimento de aproximadamente R$ 18 milhões em infraestrutura numa área de 1.100 hectares localizado na margem direita da BR-304, perto de Assu, para quem viaja no sentido Mossoró/Natal. O local será seguro. Terá muros e guarita com vigilantes armados. O acesso de pessoas será rigorosamente controlado por seguranças. A entrada de matéria-prima e a saída de produtos industrializados serão controladas pela Receita Federal e, é claro, pela administração da ZPE, que lucrará com este processo.

Fonte: Jornal de Fato/Cezar Alves
 

Nenhum comentário:

 
Design by Wordpress Theme | Bloggerized by Free Blogger Templates | Macys Printable Coupons