Dnocs não tem prazo para iniciar reparos

O Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS) ainda não tem uma data definida e um prazo para iniciar a manutenção, em parceria com o Governo do Estado, dos 22 reservatórios de água doce do Rio Grande do Norte. Em algumas situações, onde o risco já foi detectado e o projeto foi confeccionado, os recursos já foram liberados e a licitação deve acontecer agora em fevereiro. É o caso do açude de Apanha-Peixe, zona rural de Caraúbas, por exemplo.
 

O trabalho de recuperação dos açudes já havia sido definido para Arapuá, em José da Penha, Gargalheiras, em Acari, Santo Antônio e Apanha-Peixe, em Caraúbas, além da barragem Armando Ribeiro Gonçalves, em Itajá, no entanto surgiu a necessidade de investimento também para a manutenção em outros reservatórios, com base em informações veiculadas pela mídia estadual.
 

O principal foco das reportagens foram as crateras de quatro a seis metros de profundidade no paredão da barragem Armando Ribeiro Gonçalves, que armazena 2,4 bilhões de metros cúbicos de água e tem 62km de extensão, banhando as cidades de Itajá, São Rafael, Jucurutu e parte de Paraú. As reportagens mostraram a necessidade de se fazer um investimento mais consistente.
O Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA) convidou o Dnocs, Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH), um representante da Agência Nacional de Águas (ANA), Departamento Estadual de Estradas e Rodagens (DER) e do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT) para fazer um levantamento preciso dos estragos causados pelas chuvas nos 22 principais açudes do Estado.
 

Com base nesse relatório, que segundo o chefe da Unidade da Bacia Açu, Paulo Rodrigues, do Dnocs, deve sair nesta semana, apontará com precisão quando e como deverão ser feitos os investimentos nas estruturas dos açudes e barragens do Estado. "É claro que já temos investimentos já prontos e que já estão sendo licitados e as obras iniciadas nas próximas semanas, mas esse relatório é que vai nortear, por exemplo, se o açude do Pataxó, em Ipanguaçu, por exemplo, precisa de reforço em sua parede ou sangradouro", explica Paulo Rodrigues.
 

Paulo Rodrigues destacou também que os processos de licitação serão feitos rapidamente, em regime de emergência, pois em todos os casos há urgência, tanto pela proximidade do inverno deste ano como pela necessidade mesmo de recuperar a estrutura. "O fato real é que o relatório que deve ser entregue ao Dnocs nesta semana norteará valores e urgência de cada investimento. Em alguns a situação é mais precária e em outros ainda aguenta um pouco mais de tempo. O Dnocs tem pressa para recuperar todos", destaca Paulo Rodrigues.

Licitação de açude será no dia 9 de fevereiro
 

O secretário de Desenvolvimento de Políticas do Campo e do Meio Ambiente de Caraúbas, Edson Morais, "Pelé", informou que a licitação para recuperar o açude de Apanha-Peixe será realizada no dia 9 de fevereiro. A obra deve ser iniciada antes do inverno, pois, segundo Pelé, o regime que vai transcorrer a licitação será de emergência.
Os recursos já foram disponibilizados pelo Dnocs (R$ 500 mil), pois, entre os açudes do Estado, Apanha-Peixe é o que apresenta o maior estrago em sua estrutura de parede e sangradouro.
 

O açude de Apanha-Peixe, que fica localizado na zona rural de Caraúbas, armazena 22 milhões de metros cúbicos de água e a parede de contenção é muito baixa (um metro da lâmina de água), o que, segundo o construtor e ex-deputado Gilvan Carlos, representa um risco muito grande de se romper e causar um grande estrago nas cidades de Felipe Guerra, Governador Dix-sept Rosado e principalmente Mossoró.
 

Ainda conforme Gilvan Carlos, a principal preocupação é que o açude está cheio e, se houver de acontecer chuvas fortes logo no início do inverno, a parede certamente não vai resistir, pois esta teria sido muito danificada nos invernos de 2008 e 2009, sem que logo em seguida houvesse investimento para recuperá-la. "Realmente, é necessário investimento, e esses recursos chegaram. São R$ 500 mil enviados pelo Ministério da Integração Nacional, através do Dnocs, para recuperar", assegura Pelé.

FONTE: O Mossoroense