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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Gêmeas siamesas aguardarão cirurgia

Num caso raro da medicina, irmãs nasceram unidas pelo cóccix há 15 dias em Natal


As gêmeas siamesas Ana Clara e Any Vitoria fizeram ontem o teste do pezinho, o exame do olhinho e da orelhinha com vistas a uma futura cirurgia de separação do osso do cóccix a que estão ligadas. Os médicos estão analisando a possibilidade de cirurgia, o que poderá acontecer apenas daqui a nove meses. Enquanto isso, a mãe Elsivânia Katia, de 27 anos, e o pai Gutemberg Matias Alves, 26, que residem no município de Alto do Rodrigues, estão se adaptando à nova vida que agora exige muito mais cuidados com as bebês. 


A mãe Elsivânia Katia com as gêmeas Ana Clara e Any Vitória. Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press
Por enquanto é tudo novidade na cidade de Alto do Rodrigues e não falta quem ajude a cuidar das gêmeas, nascidas há 15 dias, em Natal. O trabalho tem sido dobrado e Elsivânia está psicologicamente muito bem, confiando que as meninas vão seguir com saúde para a cirurgia de separação. De acordo com o médico neurocirurgião Ângelo Raimundo da Silva, que está à frente do caso das siamesas, as meninas nasceram bem. "Elas são praticamente normais. Elas mexem bem as pernas, sugam o peito da mãe e estão crescendo", diz.

Desde o segundo mês de gestação, os médicos vinham acompanhando a gravidez de Elsivânia, quando viram no ultrassom que eram duas crianças unidas pela região da bacia. Há 15 dias, elas nasceram em Natal, no Hospital Antônio Prudente e foram identificadas como gêmeos pigópagos. "Já na gestação, o nosso cuidado foi planejar o que fazer quando as crianças nascerem. Na ressonância da mãe grávida pudemos observar que as crianças não eram unidas apenas pela barriga, mas tinham um sistema nervoso central onde existem a medula espinhal e os nervos que vão para as pernas. A maior dificuldade é porque as gêmeas compartilham do mesmo ânus", disse Ângelo Raimundo. 

O médico descarta a possibilidade de uma cirurgia de separação agora. O procedimento deverá acontecer no 8º ou 9º mês de vida. "A fase agora não é de operar as crianças. Elas precisam crescer e ficar fortes porque quando se corta osso sangra-se muito e seria difícil suportar uma cirurgia dessas.Queremos fazer o estudo completo das crianças e encaminhar para outro estado porque, no Rio Grande do Norte, não há hospitais com estrutura para isso. O ideal seria um ambiente universitário onde poderá utilizar um time de especialistas", opina Ângelo Raimundo.

O médico diz que ainda não tinha visto casos de pigópagos com o sistema nervoso unido. O cirurgião deverá escolher qual nervo ficará com qual criança o que poderá resultar em debilidade de algum membro. Como o ânus é único, uma criança poderá ficar com uma colostomia. "Elas podem até viver juntas para o resto da vida, mas o ideal é que realmente seja feita a separação", complementa ele. 

Fonte: Diário de Natal

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