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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Dnocs não tem dinheiro para problema


Erosão na parede da Armando Ribeiro - Data: 20/12/2010

foto: Samuel Júnior

Falta dotação orçamentária para que o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) autorize o início das obras de recuperação da parede da barragem Armando Ribeiro Gonçalves, que apresenta pelo menos duas grandes fissuras em sua base. A informação foi divulgada pelo engenheiro agrônomo Samuel Júnior, que acompanha o problema desde que o fotógrafo Jean Lopes publicou em seu blog uma fotografia denunciando o fato no mês de janeiro.

Segundo Samuel, a licitação da obra foi realizada há mais de três meses, inclusive com empresa ganhadora já conhecida, porém sem dotação orçamentária, o projeto continuará engavetado. Como não tem dotação orçamentária, o órgão federal não pode fazer o empenho e muito menos emitir a ordem de serviço da obra.

Desde o começo do ano que as autoridades competentes vêm sendo alertadas sobre o problema, inclusive com cobertura deste jornal e de uma televisão do Estado. 

Os anúncios da abertura da licitação foram conhecidos ainda no mês de abril, com previsão das obras para maio, mas tudo não passou de publicidade. Segundo Francisco Nunes Peixoto, agente de atividade do Dnocs, disse que a obra já era para ter sido iniciada, mas a informação que eles têm é que depende da liberação dessa verba.


O dinheiro necessário para realizar os reparos na parede da barragem é de cerca de R$ 350 mil. No início do ano, o responsável regional do Dnocs em Assú, Paulo Rodrigues, já reclamava da demora do serviço público. "Não é dinheiro de outro mundo, mas infelizmente às vezes não se consegue dar a resposta em tempo hábil. É uma característica da administração pública", disse.

Ainda em janeiro, o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, Adalberto Pessoa, havia alertado para a necessidade de solucionar o problema. "Até esse momento, o problema não representa riscos imediatos, mas essa situação serve para que nos preocupemos com as outras barragens e açudes, porque muitas vezes o Governo tem problemas orçamentários que impedem a manutenção", disse ele, após realizar um levantamento sobre a situação da parede.

Há quem diga que agora a obra depende apenas de uma decisão política e que é preciso que se faça gestão junto ao Ministério da Integração Nacional para que o problema seja resolvido.

Erosão
As duas falhas na base da parede da barragem Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves têm cerca de um 1,5 metro de profundidade, seis metros de comprimento e dois de largura, fruto de um processo de erosão iniciado com as chuvas no ano passado. No último contato sobre o assunto, o diretor do Dnocs, Elias Fernandes, explicou que o problema é comum neste tipo de construção. "Erosões são comuns em todas as barragens, não é nada de extraordinário, é um processo natural, e já faz parte de nossa rotina a manutenção dos reservatórios".

Fonte: Jornal de Fato

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