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quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Média de chuva no RN foi 68% maior do que o normal

O sol aparece soberano no horizonte do Rio Grande do Norte em setembro, mas o ano foi de chuva. De acordo com dados da Emparn, a média de chuvas no Estado em 2009 foi 68% maior do que o normal. Isso significa um apanhado de 1170 mm. Ou seja como se uma enxurrada de mais de mil litros por metro quadrado tivesse banhado o Estado. Os números significam um comportamento diferente do clima no RN.

Alex RégisMoradores do Passo da Pátria ainda aguardam o fim das obras, que estão paralisadasSegundo o meteorologista Gilmar Bistrot, é muito cedo para apontar que o clima do litoral potiguar, e nordestino, está mudando. O comportamento é diferente do normal, mas isso não significa que essa tendência terá seguimento no próximo ano, por exemplo. Ainda assim, os números impressionam. “As médias de 2009 e 2008 com mais de 1000 mm cada é um acontecimento inédito. Nós procuramos no histórico do Estado e não encontramos nada parecido”, diz Gilmar Bistrot.

No Município de Pedra Branca, por exemplo, o índice de precipitação foi 193% maior do que o normal.O comportamento “anormal” não diz respeito apenas à intensidade das chuvas, mas também à sua distribuição. Estamos em setembro e ainda chove. “Nesta época do ano já era para ter parado de chover ou ter pelo menos diminuído”, diz.
Com relação aos números por mês, em todos os meses a média de precipitação foi maior do que o que deveria ser, de acordo com os estudos dos meteorologistas.Nos próximos dias, chegará o período menos chuvoso do RN, de outubro a novembro. O índice de precipitação é considerado pequeno e normalmente não supera os 20 mm. Porém, essa é a média, que em 2009 não foi respeitada pelos “deuses da chuva”. “A tendência é que continue nesse ritmo, com mais chuvas do que normalmente acontece nessa época do ano”, analisa Gilmar Bistrot. E complementa: “Mesmo esse comportamento não é suficiente para dizer que o clima está mudando, ou seja que a partir de agora será assim”.
Enquanto os meteorologistas tentam entender o clima, os moradores de alguns bairros de Natal e municípios do Estado, ainda lutam para superar os estragos da chuva do início do ano. O Passo da Pátria é um dos exemplos mais fortes. O bairro hoje é cortado por uma cratera que deveria estar tapada desde o início de setembro. Tratam-se das obras para reconstruir a tubulação de água e esgoto que vai para o Potengi. Tanto em 2008 quanto em 2009 a tubulação se desprendeu e foi parar no rio, fazendo com que o chão cedesse. “Faz quatro meses que essa obra começou e até agora nada”, diz Conceição da Silva, que mora em frente à obra paralisada.No bairro Vale Dourado, a situação é parecida.

As ruas estão interditadas por conta da água empossada e algumas pessoas ainda não voltaram para suas casas depois das enchentes. Moradores contam que em algumas ruas botes foram utilizados para tirarem as pessoas de suas casas. Francisco Assis, de 49 anos, é um desses. “Tive que me mudar porque não tem mais condições de ficar aqui, perdi tudo com a chuva e pelo jeito não irá mudar nada até o próximo ano”, lamenta.

O secretário municipal de Obras Públicas e infraestrutura (Semopi), Demétrio Torres, disse que a obra no Passo da Pátria está parada há 30 dias porque a prefeitura não recebeu a verba do governo federal. A obra está orçada em R$ 2,8 milhões, sendo que apenas R$ 800 mil é por conta da prefeitura. Os maiores estragos, no entanto, foram no interior.

No Vale do Açu, as chuvas destruíram, pelo segundo ano consecutivo, estradas, plantações e áreas de fruticultura. Quase mil pessoas ficaram desalojadas. Em Ipanguaçu, 48 famílias, e no Alto do Rodrigues, outras 14, levadas para um estádio de futebol, ainda esperam ajuda do governo para voltar às suas casas. O prejuízo provocado pelas enchentes deste ano, foi estimado em R$ 75 milhões.

fonte: TRINUNA DO NORTE

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