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segunda-feira, 18 de julho de 2011

Cheia do açude Pataxó representa fartura e ameaça de inundação

Segundo a Defesa Civil local, 17 famílias ainda continuam em abrigos da prefeitura com medo de voltar pra casa.

A cheia do açude do Pataxó, em Ipanguaçu, está sendo motivo de comemoração entre os pescadores. Mas para os moradores da cidade, o açude cheio é sinônimo de ameaça de inundação. Atualmente, segundo a defesa civil da cidade, 17 famílias continuam em abrigos da prefeitura com medo de voltar pra casa.




Confira na reportagem de Carlos Adams e Zenóbio Oliveira




O açude do Pataxó, em Ipanguaçu, está desde o final de abril com a capacidade máxima de armazenamento. São 15 milhões de metros cúbicos de água que servem para matar a sede e a fome de milhares de garças e de pelo menos 2.500 pessoas que vivem nas imediações do reservatório. Seu Francisco Eudes hoje pesca satisfeito tentando esquecer a fase ruim do passado. 




– Sem o açude cheio você procurava alguma coisa só para fazer uma comida pra gente e não tinha - conta o pescador, Francisco Eudes Barbalho.




Com o açude cheio, o camarão voltou a aparecer nas tarrafas. Os cerca de 800 pescadores da comunidade hoje conseguem pegar de 10 a 20 quilos do crustáceo por dia, o que representa uma boa quantidade de pescado para essa época de final de inverno no sertão. O preço também está agradando os pescadores. 




– A gente entrega a R$ 8,00, o quilo de camarão para gente é um bom preço. O peixe é em torno quatro, cinco reais - diz Antonio Souza Araújo, pescador.




– Quando está bom na pescaria da para a gente tirar R$ 200,00 por semana e até mais, quando a gente pega mais faz até mais – revela o pescador, Antonio Ivanildo Araújo.




A perspectiva, segundo os pescadores, é de que o preço de revenda do camarão suba ainda mais em breve. E não é só. O preço do peixe também deve subir. Isso porque, diferente do crustáceo, a tilápia, o tucunaré entre outros tipos de pescado estão mais difíceis de cair na rede.




– Sempre quando o açude enche, só começa a dar peixe quando o açude vai baixando, fica raso e fica mais fácil pegar em qualquer canto, e agora tem muito esconderijo para o peixe ficar escondido, muito mato,muita pedra, eles estão tudo encoberto com as águas - diz Francisco Eudes Barbalho, pescador.




Enquanto os pescadores comemoram a cheia do açude, algumas pessoas da área urbana de Ipanguaçu ainda sofrem as consequências das inundações do Rio Pataxó. Segundo o município, pelo menos 17 famílias continuam desabrigadas. Os desalojados estão em dois prédios da prefeitura.




Nesse alojamento vivem quatro famílias, entre elas a de dona Anailda. Mãe solteira de 3 filhos pequenos, ela diz que a casa onde mora em Ipanguaçu já está livre dos alagamentos, mas que não vai voltar com medo de novas enchentes.




– Todos os anos é a mesma coisa. Chuva demais, com certeza tem enchente . A minha casa a primeira quem é expulsa sou eu - afirma Anailda Oliveira, desabrigada.




As inundações em alguns bairros de Ipanguaçu foram provocadas pela sangria do açude do Pataxó que durou quase 1 mês esse ano. Mais de 50 famílias foram prejudicadas na época. O município alega que está com um trabalho de remoção dos moradores das áreas de risco para outros locais mais seguros. Quanto as pessoas que ainda estão desabrigadas, a prefeitura diz que todas estão recebendo assistência.


– Acompanhamento médico, equipes do PSF vem até as famílias cuidar dessas pessoas com psicólogos, assistentes sociais e também a entrega de cestas básicas - esclarece Keyson Cunha, assessor da prefeitura de Ipanguaçu.

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