Após 15 dias em greve, os bancários dos bancos públicos e privados decidiram encerrar o movimento paredista, retornando às atividades a partir de hoje, 14. A resolução ocorreu depois que a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) propôs um reajuste salarial de 7,5%, que foi aceito durante assembleia realizada ontem, 13, pela categoria na sede do Sindicato dos Bancários de Mossoró e Região.
O Sindicato atribui a conquista das melhorias à grande participação dos bancários, tanto de bancos públicos como privados, na campanha, realizando a mais forte greve da categoria nos últimos 20 anos. De acordo com o presidente da entidade, Anchieta Medeiros, embora não tenham atendido por completo às reivindicações, a última proposta apresentada pela Federação representou um grande avanço e trouxe benefícios para os servidores.
Inicialmente, os bancários reivindicavam um reajuste salarial de 11% , além do piso salarial de R$ 1.510 para portaria, R$ 2.157 para escriturário (salário mínimo do Dieese), R$ 2.913 para caixas, R$ 3.641 para primeiro comissionado e R$ 4.855 para primeiro gerente. Como também a categoria cobrava a instituição de outras melhorias trabalhistas como, por exemplo, a previdência complementar em todos os bancos, proteção à saúde do trabalhador, que inclua o combate às metas abusivas, ao assédio moral e à falta de segurança e a efetivação do Plano de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS).
No entanto, a nova proposta da Fenabran atendia parte das reivindicações, entre elas estão: um reajuste de 7,5%, que representa aumento real de 3,08%, para salários de até R$ 5.250. Já para os servidores com salário superior, a proposta previa uma parcela fixa de R$ 393,75 ou correção de 4,29% de acordo com a inflação. Além disso, a Federação se propõe a criar mecanismos para combater o assédio moral no trabalho, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e rever a segurança das agências.
Transtornos
Apesar das opções alternativas de serviços bancários, como os oferecidos nas casas lotéricas, muitos usuários sofreram com o período de paralisação dos bancos. Durante a greve, as lotéricas apresentaram extensas filas, no entanto, muitos clientes tiveram ainda que arcar com inúmeros prejuízos devido à greve dos bancários. É o caso da vendedora Carla Joelma, que presenciou apreensiva o acúmulo das contas e dos juros. "Meu cartão venceu, não tinha como retirar outro ou sacar o dinheiro na boca do caixa, com isso minhas contas começaram a se acumular, fiquei de mãos atadas com essa situação. Os maiores prejudicados da greve são os clientes, espero que os serviços sejam normalizados", desabafa.
Anchieta Medeiros avalia que nos próximos dias o movimento nas agências bancárias será intenso, em consequência da greve da categoria. Mesmo assim, as agências não adotarão nenhum horário especial e funcionarão no horário habitual das 10h às16h. Entretanto, ele acredita que em dois ou três dias o movimento seja normalizado.
Fonte: O Mossoroense
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