i

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

IPANGUAÇU É O ÚNICO MUNICÍPIO A SAIR NA FRENTE COM A CONFERÊNCIA DE DEFESA CIVIL

Em tempos de estiagem ou de cheias os municípios correm atrás de recursos financeiros dos governos estadual e federal para atender à demanda da população atingida por catástrofes. Entretanto, quando se prepara uma série de conferências para a apresentação de propostas para melhorar as respostas aos desastres e à assistência humanitária, apenas 40 prefeituras estão se habilitando a realizar as conferências municipais, cujo prazo termina no dia 24 de fevereiro.

Keyson Cunha
Conferência realizada na câmara de vereadores de Ipanguaçu, o município é o primeiro a sair na frente.




A coordenadora estadual da Defesa Civil, Marta Geisa da Silva, disse que até se surpreendeu com o número de municípios que atendeu ao primeiro chamado da Secretaria Estadual da Justiça e Cidadania (Sejuc), a qual está vinculada à Codec: “A gente nunca consegue 100%”, disse ela, a respeito do fato de que têm dificuldades de localizar prefeitos.

Marta Geisa da Silva diz que sempre existiu essa complicação em contatar com os prefeitos: “A realidade é essa mesmo, a gente está acostumada”.

Segundo ela, desde dezembro do ano passado a Sejuc já vinha fazendo essa orientação sobre a necessidade de se fazer as conferências municipais de Defesa Civil. “Alguns Estados já estão bem adiantados”, prosseguiu.

Marta Silva disse que até agora  o único município a sair na frente com a realização de sua conferência foi Ipanguaçu, que apresentou relatório à Codec já na manhã de terça-feira, dia 9, quando os prefeitos e representantes de 40 municípios receberam orientação quanto aos procedimentos para convocação e realização dos trabalhos das conferências municipais.

No ano passado, Ipanguaçu foi um dos municípios mais atingidos pelas cheias, que deixaram 820 pessoas desabrigadas e 995 desalojadas ou deslocadas, enquanto 305 residências foram destruídas ou danificadas.

O prefeito Leonardo da Silva Oliveira (PT) disse que se antecipou à convocação da Sejuc “porque já tinha lido em algum lugar” que haveria essas conferências municipais de Defesa Civil. “Como já temos problemas com inverno, resolvemos nos adiantar, pois não tinha sentido ir a uma reunião sem antes ter feito nossa conferência municipal”, disse o prefeito, que continuou: “Sempre estamos tratando antecipar algumas providências”.

Para Oliveira, a conferência municipal de Defesa Civil também foi uma forma de inserir a população na gestão municipal. “O pessoal não é acostumado a uma gestão participativa, mas tenho essa linha de pensamento, chamar as pessoas para decidirem sobre o crescimento do município”.

Oliveira também informou que está antecipando ações contra o inverno, como a limpeza da mata ciliar ao redor do rio Pataxó, responsável pelas cheias que invadem a cidade de Ipanguaçu. Outra obra, segundo ele, foi a construção de uma parede de contenção por trás da base física da Emparn, a fim de minimizar as cheias através de um percurso natural aberto pelas águas no ano passado.

Ele confirmou que a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) já tem em mãos um projeto para a macrodrenagem do rio Pataxó, para acabar com a histórica cheia que invade a cidade: “A única solução é essa”.

“O que o governo federal quer é puxar os municípios para a ativa”, disse Marta Silva, que se satisfez, ainda assim, com o número de municípios participantes da reunião do meio da semana no  auditório da Emater.

Ela também informou que em virtude dessa acomodação dos municípios, fica difícil obter informações sobre as áreas de riscos em casos de inundações, como ocorreu nos dois últimos anos. “A maioria não tem esse mapeamento, a gente sabe que não tem”, continuou a coordenadora estadual da Defesa Civil, ressalvando que “por menos que não sofra desastre natural”, cada município precisa ter sua comissão local de Defesa Civil.

Afora isso, Marta Geisa confirmou que não houve, ainda, nenhuma reunião para debater a elaboração de um plano para eventualidade de ocorrerem enxurradas na temporada invernosa deste ano, apesar da última previsão dos meteorologistas apontarem que as chuvas vão cair “abaixo da média”.

O assessor técnico da Codec, Carlos Alberto Abdon de Miranda reforça que, “quando existe evento de grandes proporções se convoca diversos órgãos para discutir as assistências emergenciais” nas três esferas de governo.

Carlos Abdon de Miranda explica que cada município tem o seu plano de contingência, por isso não existe um plano pré-definido. Para isso, segundo ele, teria que se tabular  esses planos, que varia de acordo com a característica dos municípios, “que têm áreas de risco diferentes”.

No caso das conferências, ele explica que será feita uma avaliação do sistema de defesa civil, criando-se diretrizes para a sua reorganização e também mobilizar e envolver mais a sociedade no planejamento dessas ações”.

FONTE: Tribuna do Norte

Nenhum comentário:

 
Design by Wordpress Theme | Bloggerized by Free Blogger Templates | Macys Printable Coupons