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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Crea conclui vistoria nos açudes do RN


Uma vistoria técnica em 23 barragens e açudes federais e estaduais no Rio Grande do Norte aponta um problema reincidente nas obras públicas do Estado: a falta de manutenção preventiva. A análise foi realizada pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA-RN) em parceria com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH) e o Departamento Nacional de Obras contra as Secas (DNOCS).
 
As estruturas passaram décadas se deteriorando sem receber cuidados básicos periódicos, como por exemplo Gargalheiras, em Acari, que é a mais antiga com 51 anos de construção. O resultado é que para recuperar o desgaste dos reservatórios, os gastos com dinheiro público se multiplicaram, sendo necessário adotar estratégias urgentes de preservação.
 
A conclusão é do presidente do Crea-RN, Adalberto Pessoa, que afirma que a falta de limpeza periódica nas barragens e açudes é o principal fator de prejuízos às estruturas. Em uma escala de 0 a 3, sendo 0 nenhum risco, os perigos não passam do nível 1, mas o laudo aponta a urgência das reformas devido também à proximidade do inverno. "Nenhuma barragem tem ainda um comprometimento em curto prazo. No entanto, isso pode ocorrer caso não se adote medidas de conservação logo", alerta.
 
Além de especificar as ranhuras encontradas em cada estrutura e sugerir uma solução, o relatório tem como objetivo mostrar a necessidade de o Governo do Estado criar mecanismos legais que garantam a manutenção dos reservatórios. "Existe a legislação que permite repassar para o Município essa responsabilidade, através de convênios específicos, de maneira tal que o dinheiro só é repassado se houver necessidade e o serviço tiver sido realizado."
 
Ele dá como exemplo uma cratera aberta em uma calha da barragem Armando Ribeiro Gonçalves, no município de Itajá. Uma planta germinou em uma das calhas do reservatório, cresceu e acumulou poeira e barro, até que houve rompimento da calha. O estudo mostra que a cratera atingiu oito metros de largura por dois e meio de profundidade. "Se o dano fosse resolvido no início, se gastaria alguns mil reais, mas tomou proporções maiores e o investimento será entre 20 e 30 vezes maior", disse o engenheiro.
 
"A urbanização, limpeza, varrição das paredes e das calhas é fundamental. Para manutenção das barragens não se gastaria mais de R$ 100 mil, elas precisam ser desobstruídas", complementa. "Até chegar nesse ponto, ninguém fez prevenção. Se a cratera atinge o miolo da fundação, Deus é quem sabe; a força das águas é maior do que pensamos", criticou.
Ele destaca que uma obra pública sempre custa uma fábula de dinheiro e, no caso de uma barragem, são milhões em investimento. Outro problema recente ocasionou o fechamento de uma das comportas da barragem do município de Poço Branco. "A manutenção não pode ficar nas mãos de Deus."
 
Cópias do relatório, realizado em janeiro estavam previstas para serem entregues ontem (18) à governadora Wilma de Faria, ao secretário da Semarh, o vice-governador Iberê Ferreira e ao Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DER-RN). "O DER vai receber porque muitas de suas rodovias passam em cima das barragens."
 
Adalberto lembra que os acúmulos de água servem a sociedade de maneira geral, e para se manter uma estrutura de concreto com as proporções de uma barragem, é preciso a vistoria permanente. "As vistorias devem ser permanentes, principalmente após o período de chuvas", alerta.

FONTE: Ellen Rodrigues
Da Tribuna do Norte



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