i

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Correios, uma dor de cabeça estadual

A atuação dos Correios é motivo de reclamação em todo o Brasil. No Rio Grande do Norte, a situação não é diferente. É fácil encontrar um cidadão com alguma reclamação contra os Correios em todos os municípios do Estado.

Para confirmar a péssima relação entre os Correios e os usuários, a reportagem do DE FATO pegou a estrada e visitou alguns municípios das regiões do Vale do Açu e Costa Branca.

E a constatação não foi outra: os Correios têm dificuldade para entregar as correspondências em dia em todos os lugares, seja o município grande, médio ou pequeno.

O município de Assú, por exemplo, tem mais de 53 mil habitantes - de acordo com o Censo 2010 - e os Correios não conseguem atender a contento nem mesmo à população urbana.

O trabalhar rural Antônio Alves mora no bairro Parati 2000 (zona urbana de Assú), mas não tem acesso ao serviço de entrega de correspondência. Todos os meses, ele tem de ir até a agência dos Correios pegar os documentos que lhe são enviados. "É muito chato fazer essa viagem todos os meses, quando eu deveria receber tudo em casa", reclamou Antônio, lembrando que o bairro Parati 2000 já existe há mais de 10 anos.

Na mesma cidade, os Correios já chegaram ao bairro São João, mas também recebe reclamações.

As correspondências até chegam ao bairro São João, mas o problema é que quase sempre chegam atrasadas. "No mês passado, eles (Correios) atrasaram a entrega da fatura do cartão e eu tive que tirar o documento pela internet para não pagar juros", relatou o funcionário público Edson Campelo.

A resposta para a má qualidade do serviço poderia estar no tamanho de Assú, mas isso não é verdade.

Ipanguaçu tem menos de 14 mil habitantes e, mesmo assim, a população também tem dificuldade para receber as correspondências. "Aqui ninguém fica esperando carteiro não. Vai logo pegar a papelada na agência mesmo", revelou o comerciante Francisco Sales.
Na realidade, o grande problema dos Correios é a falta de pessoal, especialmente carteiros para ir até a casa do consumidor.

Em Assú, são apenas seis carteiros para atender a mais de 53 mil pessoas. Uma média de quase nove mil pessoas por carteiro. "Não tem como dar conta da demanda", observou o carteiro temporário Paulo Cesar.

Em Ipanguaçu, existe apenas um carteiro para atender a toda a população de quase 14 mil pessoas. Detalhe: o carteiro está de licença atualmente.
Em Areia Branca, cidade com mais de 25 mil habitantes, apenas três carteiros são responsáveis pelo serviço de entrega.

Sem se identificar, funcionários dos Correios reconheceram que é quase impossível manter a entrega em dia. "Precisamos de pelo menos mais um carteiro para tentar fazer a coisa andar bem", reconheceu um funcionário.

Segundo a assessoria de imprensa dos Correios, o Rio Grande do Norte conta, atualmente, 518 carteiros na ativa, muito pouco para um Estado que tem mais de três milhões de habitantes.


Correios e Conselho Tutelar juntos em Porto do Mangue
Além do déficit de carteiros e servidores em geral, os Correios também apresentam problemas em sua estrutura física. Em muitas cidades o prédio onde funciona o atendimento ao público é pequeno, e tem até o caso do município de Porto do Mangue, onde os Correios funcionam no mesmo "prédio" do Conselho Tutelar. Uma sede minúscula para atender a gregos e troianos.

Em Ipanguaçu e Carnaubais, as sedes também são pequenas, apresentando estrutura melhor apenas em Assú e Areia Branca.

Nesses municípios, também não existe transporte para fazer a entrega das correspondências. "Aqui não tem carteiro e a entrega é feita, às vezes, por um funcionário dos Correios a pé", contou o funcionário público Toni Martins, de Carnaubais.

Outro ponto incomum dos Correios nos pequenos municípios é o fechamento na hora do almoço.

Por conta disso, a reportagem do JORNAL DE FATO não conseguiu falar com os funcionários da Empresa em Carnaubais e Porto do Mangue.

Além da estrutura local insuficiente, os Correios no Rio Grande do Norte também sofrem com problemas que atingem o Brasil inteiro. Um exemplo é a dificuldade que a Empresa enfrenta para contratar linhas aéreas para levar e trazer encomendas. "Muitas vezes, a correspondência chega à agência local com a data vencida ou próxima do vencimento", esclareceu um funcionário dos Correios de Areia Branca.


Fonte: MAGNOS ALVES da Redação do Jornal de Fato 


Nenhum comentário:

 
Design by Wordpress Theme | Bloggerized by Free Blogger Templates | Macys Printable Coupons