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quarta-feira, 6 de maio de 2009

Chuva afeta mais de 40 mil pessoas no RN


O Gabinete Preventivo instalado na vice-governadoria informa que foi reduzido de 24 para apenas quatro o número de exigências do Ministério da Integração Nacional, a fim de atender os municípios e as famílias atingidas pelas enchentes dos últimos dias no Rio Grande do Norte, onde o número de pessoas atingidas com o impacto das cheias agora chegou a 40.411, das quais 1.645 estão desabrigadas e 3.552 deslocadas ou desalojadas.


Já o vice-governador Iberê Ferreira de Souza, que coordena o Gabinete Emergencial criado para tratar dos danos causados pelas enchentes no Estado, sobrevoa hoje o Vale do Apodi para acompanhar a situação das cheias na região. A vistoria atende à solicitação da Comissão de Defesa Civil do município de Apodi, que teme a chegada das águas trazidas pelas fortes chuvas do Ceará.


“Vamos verificar a situação no local e tomar as devidas precauções para que a situação não se agrave ainda mais”, disse ele, que visitará a área ao lado dos secretários de Assistência Social e Agricultura, Francisco Azevedo, do presidente da Emparn, Henrique Santana Júnior, e do comandante da 7ª Brigada do Exército, general
De acordo com o governo, para o município ter reconhecida a situação de emergência, basta apenas que o prefeito edite o decreto com essa finalidade e envie ofício para Brasília, comunicando o estado em que ficou o município por causa das cheias.


Além disso, o Ministério da Integração Nacional passou a exigir dos municípios, que apenas encaminhem à Secretaria Nacional de Defesa Civil um documento denominado de Notificação Preventiva de Desastre (Nopred) e outro denominado de Avaliação de Danos (Avandan), onde deve ser informado, por exemplo, o número de pessoas atingidas e desabrigadas. “É o primeiro passo para começar a assistência, com a distribuição de cestas alimentares”, informou a coordenadora estadual da Defesa Civil, Marta Geisa da Silva.


Segundo o governo, o número de municípios em estado de emergência estabilizou-se em 13 municípios: Angicos, Alto do Rodrigues, Apodi, Assú, Campo Grande, Espírito Santo, Gov. Dix-Sept Rosado, Ipanguaçu, Mossoró, Upanema, Pendências, Porto do Mangue e São Rafael. Segundo o vice-governador e secretário estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Iberê Ferreira de Souza, as regiões mais atingidas são Vale do Açu e Apodi. 3.419 pessoas já foram desalojadas ou deslocadas e outras 1.645 estão desabrigadas. Mossoró, Alto do Rodrigues e Ipanguaçu foram os mais afetados, com 985, 275 e 234 pessoas desabrigadas, respectivamente. “Estamos agilizando o processo de decretação de emergência para que a ajuda do Governo Federal seja liberada mais rapidamente”, explicou o vice-governador.


Desde o último sábado (02), o Governo do Estado criou um grupo de trabalho, que reúne Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, DER e Secretaria de Trabalho, Habitação e Assistência Social (Sethas) para coordenar o auxílio às famílias desabrigadas na região do Vale do Açu. Cestas básicas, medicamentos e materiais de emergência já estão sendo encaminhados para Assu para serem distribuídos aos desabrigados e desalojados, como seis caminhões com cestas alimentares da Conab.


Sete barcos, o helicóptero do Governo do Estado e outros cedidos pela Petrobras, Aeronáutica e pela Polícia Rodoviária Federal estão trabalhando no auxílio. Segundo a secretária nacional de Defesa Civil, o governo federal está encaminhando 11 mil cestas básicas para as vítimas das enchentes e vai desburocratizar o processo para liberação de recursos.


As chuvas de 2009 danificaram diversas rodovias, que já estão recebendo os primeiros reparos do Estado. O Governo, através do Departamento Estadual de Estradas e Rodagens (DER), já contratou emergencialmente serviços para reconstrução de trechos das estradas RN -117, RN 078, RN 104, RN 042, RN 013 e RN 018. “Parte das rodovias já está sendo reparada, mas em alguns casos, como o da estrada do perímetro urbano de Dix-Sept Rosado, precisaremos esperar que as chuvas diminuam ”, diz o vice-governador.


Projeto de prevenção e contenção


O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) espera pela aprovação no Ministério da Integração de um projeto para prevenção e contenção das inundações no Vale do Assu a partir da readequação da Barragem Oiticica, instalação de comportas e monitoramento do rio Piranhas-Açu.


Segundo o engenheiro Elias Fernandes, diretor nacional do DNOCS, será necessário adaptar o projeto da Barragem Oiticica, projetado pelo Governo do Estado, para, através de instalação de comportas e ampliação do reservatório fazer o monitoramento da vazão do rio Piranhas-Açu. Fernandes disse, ontem por telefone, que “será proposto um sistema de proteção das cheias do Baixo Açu”.


Os detalhes da proposta serão apresentados na reunião que acontece em Natal, na sexta-feira, 08, com a participação dos ministros Fernando Haddad (Educação), Geddel Vieira (Integração) e Mangabeira Unger (Fazenda), além do presidente do BNDES, Antônio Coutinho e governadores.


Defesa Civil evita usar salas de aula e prejudicar estudantes


O nível do Rio Mossoró continua a baixar. Caiu de 1 metro e 70 centímetros, domingo, para 1 metro e 20 centímetros ontem de manhã, segundo a Defesa Civil do município. Entretanto, continua alto e as autoridades públicas municipais permanecem alertas, já que o nível subirá se voltar a chover nas cabeceiras do rio, no Alto Oeste, como é provável, o que provocará novos alagamentos nas áreas ribeirinhas de Mossoró.


Anteontem, o Município enviou ao Conselho Estadual de Defesa Civil e à Secretaria Nacional de Defesa Civil documento de Notificação Prévia de Danos, a fim de agilizar o reconhecimento da situação de emergência em Mossoró, decretada pela Prefeitura no último domingo. O próximo passo é o envio de relatório de avaliação de prejuízos.


“Esse documento será enviado até o final da semana, avaliará danos materiais e econômicos provocados pelas chuvas e servirá de base para a ajuda que Mossoró receberá dos governos Estadual e Federal”, informa o coordenador de Defesa Civil local, Álber Nóbrega.


Após a confecção desse relatório, a comissão de Defesa Civil se reunirá para dissecar os prejuízos caudados pelas chuvas, que já atingiram 639 milímetros, segundo a Estação Meteorológica da Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA).


Segundo Nóbrega, são cerca de 2.500 pessoas desalojadas e 500 famílias desabrigadas, das quais 181 atendidas pela Prefeitura e provisoriamente instaladas em 32 equipamentos públicos do Município, que evita alojá-las em salas de aula para não comprometer o ano letivo na rede municipal.
“Por isso, priorizamos escolas com quadras de esportes e também alugamos casas para não prejudicar as aulas”, diz Álber Nóbrega, acrescentando que o número de pessoas desalojadas, apesar de alto, está longe do total da enchente do ano passado, que chegou a cerca de 7 mil.
Álber Nóbrega acompanhou a prefeita Fafá Rosado (DEM) na visita a áreas afetadas pelas enchentes do rio Mossoró, anteontem, Eles avaliaram assistência a desabrigados sendo realizado pela Defesa Civil. “São 200 equipes, com quase mil pessoas trabalhando nos três expedientes para ajudar as famílias atingidas”, informou.


A Prefeitura, segundo ele, custeia sozinha toda a assistência, até agora, com fornecimento de alimentação medicamentos, aluguel, palestras e terapia ocupacional. O telefone de emergência da Prefeitura continua disponível: 3315-5000.

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