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segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Programa 'Mais Médicos' chega a Ipanguaçu para fortalecer serviço público de saúde

O Governo Federal vai pagar salário de R$ 10 mil, em troca dos recursos federais, Prefeitura ira arcar com a alimentação e hospedagem. Atendimento irá beneficiar mais de 600 famílias. 

O município de Ipanguaçu a 214 km da capital do Estado do Rio Grande do Norte é um dos municípios brasileiros que está recebendo reforço na saúde através do programa federal “Mais Médicos”. O novo grupo de profissionais corresponde à segunda etapa do segundo  ciclo e chegou ao estado do RN com 95 profissionais cubanos que desembarcaram na capital potiguar e participaram durante toda a última semana de aulas para melhorar o idioma, facilitando assim a comunicação durante o trabalho. 

A cidade localizada na região do Vale do Açu, Ipanguaçu acolheu o médico cubano de 47 anos, Roberto Rosalves Pena, ele é natural da província de Matanzas localizada no litoral norte da ilha de Cuba, 90 km a leste da capital Havana. 

Casado e pai de um filho que está cursando também medicina, Roberto Pena, fala das expectativas em contribuir com o povo brasileiro, “Creio que vamos ajudar a população da melhor forma, trabalharemos em conjunto, como uma família em um trabalho mútuo e com o tempo veremos os resultados. Fico feliz por poder ajudar o povo desta cidade”, fala o médico cubano. 

Ao chegar à Ipanguaçu, Roberto achou a temperatura alta, um pouco mais do que em sua província em Matanzas, mas a firma que isso não será problema. Ele comenta que foi muito bem recebido pelo governo municipal, e se sentiu grato pela hospitalidade do município, “o povo é muito caloroso, gentil, a ajuda do governo do Brasil e da cidade foram muito bom, creio que será exitoso a nossa colaboração em Ipanguaçu”, conclui. 


Nesta segunda-feira (09) após fazer o reconhecimento estrutural do município e conhecer a equipe do Programa Saúde da Família (PSF), o médico cubano fez seus primeiros atendimentos acompanhado da enfermeira Edilma Barbalho, do Centro de Saúde Tibúrcio Freire. Ele integra como médico do PSF 5 no centro da cidade, que é composta por seis agentes comunitários de saúde, uma técnica de enfermagem e uma enfermeira, no total mais de 600 famílias fazem parte da área que será atendida pelo  médico.

O prefeito Leonardo Oliveira e a Secretária de Saúde Sumaira Fonseca deram as boas vindas ao médico cubano. Para o prefeito Leonardo a vinda de novos médicos para o país ajudará a enfrentar o déficit de médicos que resistem em trabalhar no interior, “Recebemos o Dr. Roberto com muita alegria, daremos todo o apoio necessário para realização de seu trabalho, em breve o PSF na qual ele atua passará atender na nova unidade de saúde que está passando por reforma e ampliação, dando mais condições estruturais para a realização de seu trabalho. E os médicos que já atuam terão o mesmo os mesmos benefícios”, frisa o gestor. 

Segundo o Ministério da Saúde há dois problemas básicos nessa área: o número insuficiente de médicos e a má distribuição desses médicos no território nacional. O Brasil possui 1,8 médicos por mil habitantes, índice menor que o da Argentina (3,2), do Uruguai (3,7), do Reino Unido (2,7), de Portugal (3,9) e Espanha (4). Além da falta de profissionais, o país sofre com uma distribuição desigual: 22 estados possuem número de médicos abaixo da média nacional e cinco deles com menos de 1 médico por mil habitantes – Acre (0,94), Amapá (0,76), Maranhão (0,58), Pará (0,77) e Piauí (0,92). Mesmo em estados com maior relação de médicos por habitantes, como é o caso de São Paulo (2,49), conta com uma relação muito menor em alguns municípios, por exemplo Registro (0,75), Araçatuba (1,33) e Franca (1,43). 


O município de Ipanguaçu aumentou o salário dos médicos de R$ 7mil para R$ 9 mil a fim de atrair os novos profissionais, pagando também diárias plantonistas de 24h de R$1.500, mas sofre com dificuldades para encontrar profissionais. Hoje a cidade conta com seis PSF's. 

O Governo Federal vai pagar um salário de R$ 10 mil pelo programa ‘Mais Médicos’ e fará esse pagamento pelo Ministério da Saúde. Em troca dos recursos federais, as Prefeituras irão arcar com a alimentação e hospedagem. Os médicos que participarem do programa terão de cumprir jornada de 40 horas semanais, deverão trabalhar exclusivamente nos postos de saúde por um período de 3 anos, e ainda poderão cursar especialização na atenção básica.

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