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sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Nelson Mandela morre aos 95 anos na África do Sul


Nelson Mandela se tornou símbolo da resistência negra ao regime apartheid na África do Sul. 


O ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, morreu nesta quinta-feira (5), anos 95 anos. Ele estava internado desde o dia 8 de junho em um hospital de Pretória para tratamento de uma infecção no pulmão. O líder permaneceu internado até setembro e continuou o tratamento em casa.

Mandela tinha recorrentes problemas no pulmão devido a uma tuberculose contrída no período em que ficou preso. Foram 27 anos atrás das grades na ilha Robben, na Cidade do Cabo.Responsável pelo fim do regime de segregação racial na África do Sul, o apartheid, Nelson Mandela, de 94 anos, conquistou o respeito de adversários e críticos devido aos esforços em busca da paz. Ele foi o primeiro presidente negro da África do Sul, de 1994 a 1999, e recebeu o Prêmio Nobel da Paz, em 1993. Mandela morreu hoje (5) em decorrência de problemas respiratórios.

Mandela marcou a história ao unir brancos e negros na África do Sul

O líder ficou conhecido como Madiba (reconciliador) devido ao clã a que pertencia e recebeu o título de O Pai da Pátria. A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o Dia Internacional Nelson Mandela em defesa da luta pela liberdade, justiça e democracia. Ao visitar o Brasil, em 1992, Mandela conversou com o então presidente Fernando Henrique Cardoso. Bem-humorado, Mandela disse que gostava muito de uma ave tipicamente brasileira – o papagaio – e arrancou risos dos presentes.

No Rio de Janeiro, Mandela foi a um show de Martinho da Vila, no Sambódromo, e demonstrou entusiasmo ao ver uma apresentação de capoeira. Ao lado do então governador Leonel Brizola (que morreu em 2004), Mandela acompanhou o ritmo do samba e agradeceu as manifestações de apoio da plateia.

Em 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu, pela terceira vez, com Mandela. Segundo Lula, sua trajetória política foi marcada por duas influências intensas: Mandela e Fidel Castro, ex-presidente de Cuba e líder da Revolução Cubana, em 1959.

De uma família sul-africana nobre, do povo thembu, Mandela ficou 27 anos preso em decorrência de sua luta em favor da igualdade racial, da liberdade e da democracia. Na prisão, ele escreveu sua autobiografia. Preparado pela família para ocupar um cargo de chefia tribal, Mandela não aceitou o posto e partiu em direção a Joanesburgo para cursar direito e fazer política.

Com amigos, Mandela criou a Liga Juvenil do Congresso Nacional Africano (CNA), cuja sigla em inglês é Ancyl. Ele foi eleito secretário nacional da Ancyl e executivo nacional do CNA. O princípio da sua política é a paz.

Na prisão, Mandela não tinha contato com o exterior, pois não podia receber jornais e notícias externas. Mesmo no período em que esteve preso, Mandela recebeu homenagens. No dia em que deixou a prisão foi recebido por uma multidão. Ele gritava: “Poder” e os manifestantes respondiam: “Para o Povo”.

A eleição de Mandela foi um marco na história do país, definindo a nova África do Sul com um processo de reconciliação entre oprimidos e opressores. Em 1992, o resultado do referendo entre os brancos dá ao governo, com mais de 68% de votos, o aval para as reformas e permite uma futura constituinte.

Em 2001, Mandela foi diagnosticado com câncer de próstata, mas apesar do tratamento ele fez campanha em favor do combate à aids, um dos principais problemas de saúde pública na África do Sul. Ao completar 85 anos, ele anunciou a aposentadoria.

Fonte: Agência Brasil

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