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segunda-feira, 11 de junho de 2012

Combate ao trabalho infantil é lembrado no dia 12 de junho

As estatísticas mostram que, apesar dos esforços, o trabalho infantil ainda faz milhões de vítimas. Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho - OIT estima-se que 215 milhões de crianças são afetadas no mundo inteiro. No Brasil são 4,2 milhões.

As atividades laborais a que se submetem ass crianças são as mais variadas. Agricultura, carvoaria e comércio são apenas alguns exemplos. A maioria das meninas, com idade até 16 anos, está envolvida com trabalho doméstico

A situação se torna ainda mais preocupante se forem traçadas algumas linhas de correlação entre o trabalho infantil e suas consequências negativas. É que o trabalho infantil esatá diretamente relacionado a doenças e acidentes, podendo ser encarado como uma grave questão de saúde pública. Pesquisas realizadas pela OIT revelam que a cada minuto uma criança sofre acidente de trabalho, doença ou traumas psicológicos.

O grande índice de doenças e acidentes com crianças deve-se a imaturidade física e mental. A criança, por contar com reduzida visão periférica, baixo desenvolvimento de reflexos, pouca força muscular, além de outras características, está mais sujeita a toda a sorte de danos, por força das condições ambientais de trabalho.
Paulo RossiCombate ao trabalho infantil é lembrado no dia 12 de junhoCombate ao trabalho infantil é lembrado no dia 12 de junho

Também é fácil se visualizar a correlação entre trabalho infantil e trabalho escravo, uma vez que tais fenômenos podem fazer parte de um mesmo circulo vicioso. Muitas vezes a criança é introduzida no ambiente de trabalho para realizar trabalho penoso, outras para auxiliar seus pais. Quando alcançam a maturidade não possuem condições de obter trabalho digno e acabam repetindo o destino que foi reservado aos seus pais.

O trabalho infantil impede a formação educacional e profissional. A criança que hoje trabalha, dificilmente escapará do subemprego ou da indigência de amanhã. No RN, situação preocupa.

Dados da OIT revelam que 12,94% das crianças nordestinas encontram-se envolvidas em trabalho em situação ilegal. Este percentual equivale a 49,54% de todo o trabalho infantil detectado no Brasil. O RN ocupa a 8ª pior entre os estados, na faixa etária dos 10 aos 14 anos de idade (27.399) e o 7º na faixa dos 05 a 09 anos (2.936). No nordeste, só fica atrás do Piauí, Ceará e Bahia.

No RN, o trabalho infantil tem incidência nas feiras livres, nos matadouros, na agricultura e pecuária de subsistência e no trabalho doméstico.

A colheita e beneficiamento de castanha também faz uso da mão de obra infantil. Em algumas cidades do RN  a atividade de concentra em novembro e fevereiro, meses em que a evasão escolar aumenta significativamente.

A fabricação da farinha de mandioca nas chamadas "casas de farinha" é outro foco de uso da mão de obra de crianças, situação que é de difícil enfrentamento.

Geralmente as casas de farinha são instaladas em locais ermos e circundadas por um verdadeiro cinturão de pobreza. As crianças são levadas pelos próprios pais na esperança de aumentar a renda familiar. Ademais, não havendo creches nestas localidades é comum ver as casas de farinha com a presença  de crianças acompanhando seus pais e inseridas na rotina de trabalho.

Segundo a Coordenadora Fórum Estadual de Erradicação do Trabalho da Criança e de Proteção ao Adolescente Trabalhador (Foca-RN), Marinalva Cardoso,  até 1º de junho de 2012, a equipe do Projeto de Erradicação do Trabalho Infantil realizou 88 ações de fiscalização, afastando cerca de 152 crianças e adolescentes em situação de risco.

Tribuna do Norte

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