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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Preço da farinha de trigo sobe em junho


O preço da farinha de trigo, usada na fabricação de massas, biscoitos e pães, deve voltar a subir neste mês de junho. No Ceará, a notícia é que o reajuste deve ficar em torno de 15% a 20%, dependendo do moinho. Isso elevaria o preço dos derivados da farinha em até 10%.

De acordo com o diretor de investimentos e relações com investidores da M. Dias Branco S.A. - uma das maiores distribuidoras de massas do Nordeste -, Álvaro de Paula, o aumento está previsto em função dos movimentos de elevação da matéria prima, dentre eles o trigo, que vêm acontecendo em todo o mundo. "Está havendo uma pressão. Com isso, é natural que, ao longo do ano, o preço aumente", disse.

Álvaro desconhece o percentual de reajuste anunciado no Ceará e afirma que, havendo mudança no preço, deverá ficar bem abaixo do que foi apresentado. "Quando ocorre um aumento no preço, isso é relacionado à tabela, não ao preço final", acrescenta. 

Um dos argumentos usados pelo distribuir é que o Brasil não produz todo o trigo que precisa, por isso depende da evolução do índice de preço para as commodities. "Essa situação independe de nossa vontade", completou. 

O diretor da Oeste Trigo, Lima Filho, duvida que o reajuste seja dado agora. Para ele, vai depender do mercado. "O mercado de abril foi fraco, com vendas em queda. Maio teve um aumento, mas não alcançou março, que teve o maior pique de vendas no ano. Em maio, a farinha até baixou em relação a abril. A tendência é de alta, mas eu, particularmente, não acredito", destaca. "Se houver reajuste, talvez só lá para agosto", complementa.

O Rio Grande do Norte ainda não foi notificado oficialmente do reajuste. O presidente do Sindicato da Indústria da Panificação do Rio Grande do Norte (SINDIPAN-RN), Evandro Galdino, soube do reajuste pela imprensa. Gérson Nóbrega, do Sindipan, na região do Oeste, disse que o mercado não comporta outro reajuste no preço da farinha. "A farinha subiu mais de 30% nos últimos meses e os panificadores não têm como repassar esse reajuste para o consumidor", reclama. 

Para ele, os moinhos estão querendo repassar um aumento que não tem sentido. "A política é dar um aumento e, na hora da venda, oferecer uma promoção - um desconto. Com isso, eles conseguem uma média de preço", conta. 

Gerson disse que hoje a saca da farinha de trigo está sendo vendida a R$ 80,00. Se os moinhos jogarem 20% sobre esse valor, a saca chegará a R$ 96,00. "Se repassássemos para o consumidor final, o pão, que hoje custa em média R$ 5,90 o quilo, iria para R$ 8,00 o quilo", finaliza.

ORIENTAÇÃO
O presidente do Sindipan-RN aconselha os sócios do sindicato que revejam suas planilhas para que os preços sejam reajustados de acordo com os seus lucros. Ele enfatiza ainda que o impacto de reajuste de preço não é tão preocupante para as empresas porque, hoje, como o "mix" de produtos das padarias, elas deixam de ser simples vendedoras de pão. Essa mudança fez o setor crescer 12% no ano passado em todo o Brasil. "Os aumentos nunca passaram de 8% ou 9%. O último ficou entre 6% e 8%, variando de acordo com os custos das padarias", contextualiza Evandro Galdino.

Fonte: Jornal de Fato/JOTTA PAIVA
Da Redação

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