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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Concluído relatório das áreas de risco

A Comissão Estadual de Defesa Civil (Codec) encerrou, praticamente, a série de visitas aos municípios pólos do interior do Rio Grande do Norte, com a finalidade de levantar as áreas de risco que podem sofrer com eventuais inundações,  caso se configurem as previsões dos meteorologistas de que este ano choverá na média ou acima da média, que é de 500 milímetros na maioria dos municípios.

O secretário estadual de Justiça e Cidadania, Thiago Cortez apresentou o relatório da inspeção feito entre os dias 2 e 16 de fevereiro nos municípios de Mossoró e Pau dos Ferros, na região Oeste, e de Caicó, no Seridó, que apresentam as mesmas situações encontradas em outros municípios.

Thiago Cortez admitiu, ontem à tarde, que não existe tempo hábil para a tomada de todas as providências que foram levantadas até agora, mas disse que, caso se confirme o inverno mais rigoroso, “a Defesa Civil está pronta para agir e atender os municípios”.

Cortez afirma que a Defesa Civil está realizando um trabalho preventivo, mas muitas dessas medidas que vierem a ser adotadas, prescindem da agilidade dos municípios em apresentarem projetos, porque recursos existem no governo federal para serem liberados em ministérios, como o da Integração Nacional ou das Cidades.

Segundo Cortez, tudo o que foi levantado “está sendo notificado” para os  órgãos, nos três níveis de governo, tidos como responsáveis para recuperar equipamentos públicos ou executar ações que possam evitar consequências maiores à população em caso de inundações de áreas de risco.

Somente em Mossoró a inspeção da Codec, que contou com o apoio técnico do  Corpo de Bombeiros Militar do RN, constatou situações de riscos em pelo menos nove bairros da cidade, inclusive com a construção de casas em áreas ribeirinhas: Ilha de Santa Luzia, Alto da Conceição, Pereiros, Santo Antonio, Redenção, Dom Jaime Câmara, Pintos, Paredões e Barrocas.

Já em Caicó, os riscos de inundações existem nos bairros Castelo Branco, João XXIII, João  Paulo II , Barra Nova/Walfredo Gurgel , Recreio e  no próprio centro da cidade, onde existe uma ponte sobre o rio Seridó.

Em Pau dos Ferros, se o inverno for rigoroso pode haver inundações de residências construídas às margens do açude Ligeirinho, rio Apodi-Mossoró, açude 25 de março.

Um dos problemas detectados, segundo o coordenador de Defesa Civil, Josenildo Acioly, é que em muitos municípios do Estado não existe sequer coordenadorias municipais de Defesa Civil, embora em Mossoró exista uma certa estrutura e em Caicó e Pau dos Ferros praticamente nada.

Segundo Acioly, por conta dessas inspeções, alguns municípios já manifestaram interesse em  ter uma parceria com o Corpo de Bombeiros, como são os casos de Extremoz, Porto do Mangue e Serrinha e Upanema.

Prefeitos não acreditam em soluções a curto prazo

Às vésperas do início da quadra chuvosa, prefeitos das áreas mais atingidas pelas enchentes de 2008 e 2009 não acreditam mais em soluções de curto prazo. “Apenas São Pedro pode ajudar nesse momento”. comentou ontem Benes Leocádio, prefeito de Lages e presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn). 

“É uma situação preocupante porque, infelizmente, os municípios continuam desaparelhados, despreparados e sem uma solução imediata para o problema das enchentes”, acrescentou Leocádio. 

Enquanto a Defesa Civil do Rio Grande do Norte anuncia para o  dia 10 de março o início de uma grande mobilização contra nova possível cheia na região do Vale do Açu, os prefeitos da região olham qualquer iniciativa com ceticismo. “Essas providências já deveriam ter iniciado na prática há muito tempo”, criticou o prefeito Eider Medeiros, de Alto do Rodrigues, cujo município foi poupado de conseqüências mais sérias durante as cheias de 2008, mas não escapou delas em 2009, quando as águas acumuladas nas várzeas invadiram 30% da cidade. 

Leonardo Oliveira, prefeito de Ipanguaçu, um dos municípios mais atingidos pelas enchentes de 2008, chegou a criar um dossiê historiando todas as razões que levam a município a sofrer com a sangria da barragem Armando Ribeiro Gonçalves. “O que posso dizer que o dinheiro federal para reparar os prejuízos das enchentes de 2008 chegou, mas não foi bem aplicado”, denunciou. 

Entre os problemas registrados por Leonardo Oliveira, os recursos chegaram para a construção de 70 casas quando a demanda era para 350. “E, mesmo assim – diz o prefeito – o dinheiro gasto para levantar duas casas nós teríamos construído uma terceira”. Para o presidente da Femurn, Benes Leocádio, depois de 2008/2009 houve apenas uma desburocratização das medidas para que os municípios pudessem acessar recursos federais, como a decretação do estado de calamidade pública. 

Fonte: Tribuna do Norte

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