Decisão foi tomada pelos profissionais ontem à noite, em assembleia, depois que governo estadual propôs reajuste
Os médicos decidiram ontem à noite encerrar a greve da categoria, que já durava 29 dias. Em assembleia, os profissionais acataram a proposta feita pelo governo do estado, que aceitou reajustar o salário atual dos médicos em 21% e o valor da gratificação em 100%. Com o reajuste, o salário base dos médicos passaria de R$ 2,1 mil para R$ 2.550 e a gratificação subiria de R$ 1,1 mil para R$ 2,2 mil.
Pacientes no Santa Catarina esperavam atendimento, prejudicado pela paralisação Foto: Ana Amaral/DN/D.A Press |
Efeitos
Com o movimento, hospitais de referência como Walfredo Gurgel, Giselda Trigueiro e Santa Catarina estavam com escalas de plantão funcionando com 50% do pessoal, como prevê determinação da Justiça dada na semana passada.
Embora o movimento grevista tenha reduzido o número de profissionais em 50%, o diretor administrativo do Santa Catarina, Damião Nobre, informa que essa redução não diminuiu a demanda no hospital, que chega a atender diariamente cerca de 500 pessoas. Desse total, segundo ele, apenas 50 casos são de alta complexidade, como infarto, AVC e arritmia cardíaca. Os outros casos são de média e baixa complexidade e por isso "podem ser encaminhados para unidades básicas de saúde".
Ontem, Damião disse que não se preocupava com o número de profissionais que estão cumprindo a escala de plantão, desde que isso não prejudicasse o atendimento às pessoas que procuram o hospital. Segundo ele, os médicos têm respeitado a determinação da Justiça. "No Santa Catarina, não há grandes modificações, porque 90% dos atendimentos são de urgência. Aqui não há ambulatório, mesmo assim pessoas com problemas de baixa complexidade como dor de cabeça, diarreia, acabam vindo para cá devido a falhas na rede básica de saúde", explica. Segundo ele, "os médicos estão tendo o cuidado de não deixar de atender casos de urgência".
Enquanto isso, casos mais simples estão sendo encaminhados para os postos de saúde. Para o diretor geral do hospital, Isaú Gerino, a sobrecarga no Santa Catarina é reflexo dos problemas nas unidades de saúde. Durante a greve, dois clínicos-gerais, um cirurgião, dois pediatras e um anestesista estão atendendo no hospital por turno.
FONTE: Diário de Natal
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