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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Temor de surto de tuberculose deixa RN em alerta


Tosse, febre, suores noturnos, falta de apetite, emagrecimento e cansaço fácil. Estes são alguns dos sintomas da turberculose pulmonar, doença causada pela Mycobacterium tuberculosis, que recentemente foi diagnosticada no suplente de senador Garibaldi Alves e deixou os médicos potiguares em estado de alerta, temendo estar havendo um surto da doença em Natal. Apesar de um ligeiro aumento no registro de novos casos, a preocupação de surto não foi confirmada pela equipe técnica de controle do Programa Estadual de Controle à Tuberculose da Secretaria Estadual de Saúde.

De acordo com o médico Carlos Barbosa, só é possível caracterizar um surto com um aumento súbito dos casos em determinada região, o que não acontecido em Natal que desde 2006 vem decrescendo em comparação com o crescimento da população. Mas ele também esclarece que apesar da diminuição de casos no período, registrados no Sistema de Informação de Agravos Notificáveis (SINAN), não se pode também dizer que atuberculose está diminuindo. "Na verdade, há muita subnotificação de casos de pessoas que não procuram o serviço médico e outros que não foram informados ao sistema", disse ele.

Segundo o registro da Secretaria Estadual de Saúde, o Rio Grande do Norte tem 20 casos confirmados de tuberculose em janeiro deste ano, mas o responsável pelo sistema de informação da doença da Sesap, Álvaro de Oliveira Costa, disse que o número pode ser maior, já que os dados finais ainda não chegaram ao banco de dados da secretaria. Em 2007 o estado registrou 920 casos da doença e em 2008 esse índice chegou a 1024. No ano passado, ainda segundo a Sesap, foram 916 casos (ver quadro).

A turberculose se dissemina por meio do ar expelido pela pessoa contaminada, seja por meio da tosse, espirro ou fala. As gotas de saliva infectadas podem sobreviver dispersas no ar por horas, desde que não tenham contato com a luz solar. Nos casos mais graves é possível que a pessoa tenha dificuldade para respirar, elimine sangue e acumule pus na pleura.A transmissão, no entanto, ocorre somente a partir de pessoas infectadas.

A doença afeta principalmente os pulmões, mas rins, órgãos genitais, intestino delgado e ossos também podem ser comprometidos. O diagnóstico é feito via análise dos sintomas e radiografia do tórax, mas exames laboratoriais das secreções pulmonares e escarro do paciente também podem confirmar a doença. O principal exame para diagnóstico da tuberculose pulmonar é a baciloscopia. No Rio Grande do Norte, são seis municípios prioritários para o controle da doença: Natal, Macaíba, Mossoró, Parnamirim, Ceará-Mirim e São Gonçalo do Amarante.

Drama

No último dia 28 de janeiro o suplente de senador Garibaldi Alves, 86 anos, deu entrada no Natal Hospital Center com suspeita de infecção pulmonar. De lá pra cá Alves alternou momentos de recuperação e piora e o último boletim médico, divulgado ontem, diz que ele continua internado na UTI com o quadro clínico de tuberculose pulmonar. "No momento seu estado de saúde é considerado grave, mas está clinicamente estável e não apresentou novas complicações desde ontem (segunda), quando foram trocados os antibióticos", diz o comunicado.

Saiba como identificar a enfermidade

- Sintomas mais comuns:

Tosse (por mais de 15 dias); febre; suores noturnos; falta de apetite; emagrecimento; cansaço fácil.

- O diagnóstico é feito via análise dos sintomas e radiografia do tórax.

- O tratamento é feito à base de antibióticos, com duração de aproximadamente seis meses.

- A vacina BCG é utilizada na prevenção da tuberculose e deve ser administrada em todos os recém-nascidos.

- A transmissão é direta: ocorre de pessoa para pessoa via gotículas de saliva contendo o agente infeccioso, sendo maior o risco de transmissão durante contatos prolongados em ambientes fechados e com pouca ventilação.


FONTE:
Louise Aguiar, do Diário de Natal

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