Ontem (1º) é Dia Mundial de Luta Contra a Aids e a Secretaria Municipal de Saúde de Ipanguaçu, veste a camisa contra o preconceito, que é o tema principal da campanha deste ano - “Viver com Aids é Possível. Com o Preconceito Não”.
A mobilização aconteceu na manhã de ontem no centro da cidade com entregas de panfletos educativos e camisinhas aos pedestres e motoristas, e nas escolas.
O objetivo maior é que as pessoas tenham a relação sexual segura, usando a camisinha como o seu maior aliado, e podendo respeitar os portadores do vírus HIV/Aids.
Soropositivos sofrem mais com problemas sociais do que com a doença
Estudo divulgado nesta terça-feira (1º) revela que no país as pessoas com Aids sofrem mais com problemas sociais e psicológicos do que com a ação do HIV no organismo. Dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pelo levantamento, indicam que soropositivos no Brasil apresentam mais depressão e ansiedade.
A pesquisa Percepção da Qualidade de Vida e do Desempenho do Sistema de Saúde entre Pacientes em Terapia Antirretroviral no Brasil foi divulgada pelo Ministério da Saúde. A Fiocruz entrevistou 1.260 pacientes entre as cerca de 200 mil pessoas em tratamento contra a Aids no país.
Apesar de 65% dos entrevistados terem declarado seu estado de saúde como bom ou ótimo, a pesquisa mostra que o dado contrasta com problemas sociais e psicológicos enfrentados pelos portadores do HIV. Neste ponto, de acordo com o estudo, a situação de quem está em tratamento com o coquetel é pior do que a da população geral.
Entre as mulheres soropositivas, 33% afirmaram ter um grau intenso ou muito intenso de tristeza ou depressão e 47%, um grau intenso ou muito intenso de preocupação ou ansiedade. Entre os homens, os índices são um pouco menores - 23% e 34%, respectivamente.
Uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS) feita em 2003 constatou que apenas 15% da população mundial declarou sentir um grau intenso ou muito intenso de tristeza ou depressão. Os níveis de preocupação e de ansiedade também foram menores – 23%.
De acordo com o estudo da Fiocruz, os resultados indicam que, apesar de mais da metade dos brasileiros soropositivos se autoavaliarem bem de saúde, boa parte deles ainda não superou traumas psicológicos provocados pelo diagnóstico da Aids.
O que se percebe, segundo a pesquisa, é que o impacto da confirmação da doença é tão forte que, após o início do tratamento e a melhora das condições imunológicas, os pacientes se sentem saudáveis novamente.
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