As seguidas inundações ocorridas no município de Ipanguaçu não foram provocadas somente pelos invernos rigorosos dos últimos anos. O avanço das águas do rio Pataxó até a cidade também contou com a colaboração das empresas que estão instaladas às margens do rio. Segundo o subsecretário de Obras de Ipanguaçu e membro da Defesa Civil Municipal, Genilo Rodrigues, empresas como a Del Monte e a Finobrasa provocaram interrupção em vários pontos do percurso do rio Pataxó, criando vários trajetos para a vazão da água, especialmente para dentro da cidade. “O rio Pataxó foi muito estrangulado por essas empresas, o que aumentou a possibilidade de inundações”, explicou.
Genilo informou que a Del Monte fez dois drenos no rio que, quando ocorrem as cheias, levam a água direto para o bairro Manoel Bonifácio, provocando inundações e deixando centenas de famílias desabrigadas.
A interferência da Finobrasa no percurso do rio Pataxó também provoca o mesmo problema. É justamente num ponto de drenagem feito pela empresa onde ficam as primeiras famílias atingidas pelas enchentes, precisamente no bairro de Ubarana. “A água teve seu percurso alterado e sempre que o rio enche chega primeiro ao bairro de Ubarana, por conta de um dreno feito pela Finobrasa”, explicou Genilo.
Acabar com o risco de inundações em Ipanguaçu só será possível com o fim do estrangulamento e também do desassoreamento do rio Pataxó. Um sonho da população do município, mas que não tem data para acontecer. “Um projeto para solucionar o problema em definitivo está sendo feito, mas não tem previsão para ser colocado em prática”, declarou o prefeito de Ipanguaçu, Leonardo Oliveira (PT).
O projeto inicial, apresentado na segunda-feira, prevê a construção de diques de contenção na margem direita do rio Pataxó e na margem esquerda do rio Piranhas-Açu. “Dessa forma, a água seria contida e não chegaria até a cidade, tanto na zona rural quanto urbana”, salientou Genilo.
Outra medida seria a drenagem do rio Pataxó com uma profundidade aproximada de 3,5 metros. Hoje, o rio está muito assoreado, ou seja, com muito areia e enche facilmente.
Enquanto o problema não tem uma solução definitiva, algumas ações estão sendo adotadas para amenizar os efeitos de novas enchentes. Uma medida de emergência está sendo a limpeza do canal do rio Pataxó, o que aumenta a capacidade do rio de armazenar água. Mesmo assim, o risco de inundações será praticamente o mesmo, ainda mais considerando que os reservatórios estão quase cheios. A barragem Armando Ribeiro Gonçalves e o rio Pataxó estão com mais de 90% de sua capacidade no momento, de acordo com informações da Agência Nacional de Águas (ANA).
As inundações em Ipanguaçu causam diversos transtornos. Algumas localidades ficam ilhadas (Luzeiro, Cuó e Lagoa de Pedra) e em outras as famílias são desalojadas (Maria Romana, Ubarana, Manoel Bonifácio e Frei Damião).
“Acabar com esse dilema requer muito dinheiro, algo em torno de R$ 70 milhões, e é um sonho bem distante para um município do porte de Ipanguaçu receber um investimento dessa magnitude”, salientou, de forma sincera, o prefeito Leonardo Oliveira.
Projeto definitivo será apresentado em 30 dias
Um projeto contendo a solução para acabar definitivamente com o problema de inundações no município de Ipanguaçu será apresentado em 30 dias. Pelo menos foi o que informou a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH). De acordo com a assessoria, a empresa Pechne, responsável pelo projeto, está fazendo um levantamento completo e pediu prazo de 30 dias para apresentar o projeto denominado “Planejamento da macrodrenagem da Ilha de Ipanguaçu e desobstrução da calha do rio Pataxó”. “A Pechne vai apresentar em 30 dias todos os detalhes do projeto, incluindo orçamento e prazo para execução da obra”, afirmou a assessoria, acrescentando que, no momento, a Semarh está fazendo a desobstrução da calha do rio Pataxó.
A assessoria informou ainda que, para resolver o problema das inundações na região do Vale do Açu por completo, a Semarh já tem recursos assegurados pelo Governo Federal para a construção da barragem de Oiticica, que servirá para contar com água do rio Piranhas/Açu.
Segundo a Semarh, o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) está fazendo estudo em toda a bacia hidrográfica do rio Piranhas/Açu para ver como é possível acabar com as cheias. A reportagem do DE FATO tentou contactar o diretor-geral do Dnocs, Elias Fernandes Neto, mas não conseguiu.
Genilo informou que a Del Monte fez dois drenos no rio que, quando ocorrem as cheias, levam a água direto para o bairro Manoel Bonifácio, provocando inundações e deixando centenas de famílias desabrigadas.
A interferência da Finobrasa no percurso do rio Pataxó também provoca o mesmo problema. É justamente num ponto de drenagem feito pela empresa onde ficam as primeiras famílias atingidas pelas enchentes, precisamente no bairro de Ubarana. “A água teve seu percurso alterado e sempre que o rio enche chega primeiro ao bairro de Ubarana, por conta de um dreno feito pela Finobrasa”, explicou Genilo.
Acabar com o risco de inundações em Ipanguaçu só será possível com o fim do estrangulamento e também do desassoreamento do rio Pataxó. Um sonho da população do município, mas que não tem data para acontecer. “Um projeto para solucionar o problema em definitivo está sendo feito, mas não tem previsão para ser colocado em prática”, declarou o prefeito de Ipanguaçu, Leonardo Oliveira (PT).
O projeto inicial, apresentado na segunda-feira, prevê a construção de diques de contenção na margem direita do rio Pataxó e na margem esquerda do rio Piranhas-Açu. “Dessa forma, a água seria contida e não chegaria até a cidade, tanto na zona rural quanto urbana”, salientou Genilo.
Outra medida seria a drenagem do rio Pataxó com uma profundidade aproximada de 3,5 metros. Hoje, o rio está muito assoreado, ou seja, com muito areia e enche facilmente.
Enquanto o problema não tem uma solução definitiva, algumas ações estão sendo adotadas para amenizar os efeitos de novas enchentes. Uma medida de emergência está sendo a limpeza do canal do rio Pataxó, o que aumenta a capacidade do rio de armazenar água. Mesmo assim, o risco de inundações será praticamente o mesmo, ainda mais considerando que os reservatórios estão quase cheios. A barragem Armando Ribeiro Gonçalves e o rio Pataxó estão com mais de 90% de sua capacidade no momento, de acordo com informações da Agência Nacional de Águas (ANA).
As inundações em Ipanguaçu causam diversos transtornos. Algumas localidades ficam ilhadas (Luzeiro, Cuó e Lagoa de Pedra) e em outras as famílias são desalojadas (Maria Romana, Ubarana, Manoel Bonifácio e Frei Damião).
“Acabar com esse dilema requer muito dinheiro, algo em torno de R$ 70 milhões, e é um sonho bem distante para um município do porte de Ipanguaçu receber um investimento dessa magnitude”, salientou, de forma sincera, o prefeito Leonardo Oliveira.
Projeto definitivo será apresentado em 30 dias
Um projeto contendo a solução para acabar definitivamente com o problema de inundações no município de Ipanguaçu será apresentado em 30 dias. Pelo menos foi o que informou a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH). De acordo com a assessoria, a empresa Pechne, responsável pelo projeto, está fazendo um levantamento completo e pediu prazo de 30 dias para apresentar o projeto denominado “Planejamento da macrodrenagem da Ilha de Ipanguaçu e desobstrução da calha do rio Pataxó”. “A Pechne vai apresentar em 30 dias todos os detalhes do projeto, incluindo orçamento e prazo para execução da obra”, afirmou a assessoria, acrescentando que, no momento, a Semarh está fazendo a desobstrução da calha do rio Pataxó.
A assessoria informou ainda que, para resolver o problema das inundações na região do Vale do Açu por completo, a Semarh já tem recursos assegurados pelo Governo Federal para a construção da barragem de Oiticica, que servirá para contar com água do rio Piranhas/Açu.
Segundo a Semarh, o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) está fazendo estudo em toda a bacia hidrográfica do rio Piranhas/Açu para ver como é possível acabar com as cheias. A reportagem do DE FATO tentou contactar o diretor-geral do Dnocs, Elias Fernandes Neto, mas não conseguiu.
Reportagem: Magnos Alves - Jornal de Fato
Retirado da Tribuna do Norte
Nenhum comentário:
Postar um comentário