Chuvas do começo do ano e a crise econômica internacional fizeram as exportações do Rio Grande do Norte desabar no primeiro trimestre de 2009 em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo números da Secretaria estadual de Desenvolvimento Econômico a queda foi de 37,8% e poupou poucos produtos de exportação, entre eles o sal, o açúcar, mel, tungstênio e roupa de cama. Exportadores apontam para uma queda de receita no primeiro trimestre de 2009 entre US$ 27 e US$ 30 milhões em relação ao mesmo período de 2008. No ano passado, as exportações do RN somaram US$ 348 milhões. A receita do trimestre de 2008 foi de US$ 71,4 milhões.
Em compensação, os demais itens da pauta, responsáveis no ano passado por uma faturamento de US$ 150 milhões, como mamão, banana, castanha de caju, manga, pescados e melancia, registraram uma severa redução na comparação com o mesmo período de 2008.
Ontem, o recém-empossado secretário de Desenvolvimento Econômico, Francisco de Paula Segundo, levou 10 produtores para um encontro com a governadora Wilma de Faria. Na pauta, examinaram-se possibilidades para atenuar os efeitos da crise econômica sobre o desempenho do agronegócio do Estado.
O secretário Francisco de Paula minimizou a queda nos resultados das exportações de melão, que no primeiro trimestre de 2009 registaram uma diminuição de 35,5% em relação ao mesmo período de 2008. “Estamos no fim de safra e esses desempenho tem mais a ver com o regime climático do que propriamente com os negócios de exportação”, afirmou.
Já a queda registrada nas exportações da banana (-49,6%) podem ser debitadas às chuvas que provocaram grandes perdas nas áreas dos projetos da Del Monte, em Ipanguaçu – reconheceu o secretário.
Com o camarão a situação continua grave. A queda nas exportações do primeiro trimestre (- 32,8%) é resultado em boa parte das chuvas que castigaram regiões produtoras, como Pendências e Potiporã, onde estão instaladas as principais empresas exportadoras do Estado.
Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Camarão (ABCC), Itamar Rocha que a queda nas exportações registradas no trimestre é resultado de um conjunto de fatores que vai do clima, falta de apoio oficial aos criadores e preços pouco competitivo praticado no mercado europeu em relação ao interno. Mesmo assim, afirmou Itamar Rocha, os produtores não têm qualquer interesse em abandonar o mercado externo.
Wilma reúne produtores para viabilizar crédito
Depois de viabilizar junto ao BNDES linha de crédito especial, com juros diferenciados, para os fruticultores da região Oeste, a governadora Wilma de Faria intermediou em reunião realizada na Governadoria, a concessão de financiamento pelo Banco do Nordeste para os fruticultores de Mossoró e do Vale do Assu, que enfrentam dificuldades na comercialização e produção, em particular, do melão, em razão da crise financeira mundial.
Representantes de 10 empresas exportadoras compareceram à reunião, na qual a governadora, mais uma vez, manifestou preocupação com o setor, que vem diminuindo a exportação da fruta para a Europa, principal mercado consumidor do melão produzido no Rio Grande do Norte. Neste novo encontro, a governadora Wilma de Faria convocou o superintendente do Banco do Nordeste, José Maria Vilar, para discutir com os empresários a liberação de recursos para financiamento de custeio e investimento. O setor sofreu uma redução de 20% do mercado, motivado pela crise financeira internacional.
Outras providências também ficaram de ser adotadas para socorrer os fruticultores neste momento de dificuldade, como o estudo de benefícios fiscais sobre as embalagens, que representam 32% do custo das empresas exportadoras. A governadora ainda assegurou fazer gestão junto ao governo federal para agilizar os repasses provenientes da Lei Kandir.
FONTE: Tribuna do Norte
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